O passado não existe

 O passado é uma convenção humana, que tem a finalidade de criar um acervo de informações e experiências úteis para o desenvolvimento social e a economia do mundo, é uma ferramenta de controle social.


O tempo não acaba, ele se desloca. Como vivemos num planeta tridimensional, acreditamos que ele sempre vai para frente. Mas já existem algumas teorias que tratam do tempo simultâneo em dimensões diferentes, em camadas superpostas, de forma que passado, presente e futuro se fundem.

O que deixa de existir é aquela ação humana que passou, pois não é possível reproduzi-la nas mesmas circunstâncias, pela atuação da impermanência da vida. O que se tem é o registro dos fatos relevantes coletiva e individualmente, relatados cronologicamente.

Enquanto observo algo semelhante ao que que me marcou ou quando falamos dele sou afetada. A reação desconhece passado, presente ou futuro.

Ver o passado dessa forma me fez ressignificá-lo sobre uma nova perspectiva. O que está feito, está feito, o tempo não volta para dar uma nova interpretação a um determinado fato, eu que recolho da memória o acontecimento para reelaborá-lo, e assim mudar o registro dele. O passado é uma abstração mental.

Dessa forma, não se trata de ficar presa ao passado e sim à forma como o evento foi registrado na memória, que sofre distorções pela interferência das emoções.

Portanto, até o que tenho na memória não é real, é a impressão feita na memória causada pelo forma como reagi a um determinado evento.

Se o tempo fosse real, o acervo da memória não seria seletivo, constituído pelo grau de importância e pela intensidade da reação imprimida ao evento. Todos os demais acontecimentos, ou porque não integram a memória ou porque não foram escolhidos por quem faz a história, por terem sido considerados irrelevantes, não existiriam, o que, a meu ver, é inaceitável.

Outro fator importante para negar a existência do passado é que
as pessoas experimentaram diferentemente os fatos que fazem parte da história oficial. Se eu experimento o tempo de forma diferente dos demais,
e se o tempo foi criado para registrar
os passos que dou dentro dele, ele jamais poderia ser uniformizado.

Einstein descobriu que o tempo passa
em diferentes velocidades, a depender
da forma da relação espaço/tempo.
Para mim, pode parecer que o tempo não passa, quando estou fazendo algo tedioso, ou passa rapidamente, quando estou me divertindo, por exemplo.

Viverá bem aquele que entende como funciona seu tempo pessoal e vive em sincronia com ele. Falo do tempo que registra na memória o que estou fazendo agora, porque os demais não existem.


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