Gaslighting

 

“Gaslighting é uma forma de abuso psicológico na qual informações são destorcidas, seletivamente omitidas, para favorecer o abusador ou simplesmente inventadas, com a intenção de fazer a vítima duvidar de sua própria memória, percepção e sanidade.” Wikipedia 

 

Vivi minha infância num ambiente familiar disfuncional, não havia censura do que poderia ser dito na frente das crianças. 

Eu e meus irmãos éramos testemunhas de tudo que acontecia. Mesmo assim, 

às vezes em que perguntava à minha mãe sobre algum fato acontecido, ela negava, o que me fez duvidar de minhas próprias percepções.

 

Tive um relacionamento em que 

o parceiro negava o acontecido com tanta convicção, que cheguei a acreditar que 

eu era louca, histérica, ciumenta 

em excesso. 

 

Essas experiências podem ter contribuído para eu criar memórias falsas, distorcer 

os fatos, tomar para mim algo que ocorreu com outra pessoa, ou preencher lacunas para a narrativa fazer sentido. 

 

Por outro lado, desenvolvi memória associativa em que faço ligações de algo que está sendo dito com outros fatos, ou relaciono informações que contribuem 

para chegar a um entendimento 

da questão. Crio conexões que ampliam 

a percepção de algo. 

 

Precisei de muito tempo de trabalho 

de autoconhecimento para voltar 

a acreditar em mim, 

nas minhas percepções, naquilo que via, ouvia ou sentia. E isso só foi possível depois que me separei dele.

 

Creio que minha tarefa nessa existência 

é aprender a confiar em mim, acreditar em minhas percepções e me ignorar 

qualquer tipo de influência externa que possa afetar a compreensão do que vejo, ouço e sinto.

 

Nesse processo de autodesenvolvimento, ampliei a consciência crítica e analítica para me ajudar a sair da dúvida. 

Passei a ter opinião própria sobre 

as coisas, a ser aberta a novas informações que possam contribuir para revisão ou ampliação do meu entendimento. 

 

Não quero ter medo de errar, e sim aprender com os erros. Estar aberta para 

outros pontos de vista, analisando 

os argumentos apresentados, acolhendo 

aqueles que façam sentido para mim,  rejeitando aqueles que não concordo 

ou não aceito, sendo fiel à minha verdade daquele momento. Só assim posso desenvolver autoconfiança. 

Advogada, Helper de Pathwork (método de autoconhecimento), escritora, livre pensadora.

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