Virgínia Barbosa Leal

Quando eu era jovem costumava dizer que meu pior medo não era o que o outro poderia me fazer, era do que eu seria capaz de fazer por não ter controle das minhas reações emocionais. Depois, passei a acreditar que meu pior medo era era do que desconhecia em mim, de minhas sombras, imaginava que saber o que havia nelas era algo terrível. Pensava assim por causa de meus desejos de vingança, e até de matar. Com o tempo entendi que tais pensamentos eram instintivos, e se em outra vida eu cheguei a me vingar e matar, hoje tenho controle sobre meus impulsos. Ao entrar em contato com minhas sombras percebi que não havia nada que eu não conhecesse ou intuísse, apenas resistia em ver. Aos poucos, fui amenizando o medo, à medida em que eu dava mais um passo em direção a mim mesma.

  “Reclamar demais pode danificar o cérebro e causar problemas no sistema nervoso central.” IA do Google   Eu era muito crítica, criticar é um tipo de reclamação. Quando se tem o hábito de reclamar a energia se densifica, cria um estado de insatisfação.    Reclamar é autocentramento, a pessoa acha que com os outros pode dar errado, para ela não.    Reclamar cria uma lente pessimista pela qual se vê a vida, e assim nada de bom pode atrair.   Re-clamar é clamar mais uma vez, é clamar demais, é insatisfação, é intolerância.   Quem reclama não é capaz de reconhecer e agradecer o que a vida lhe oferece. 

    Hoje eu compreendo que a doação que fazia não era desinteressada. Descobri isso quando me questionei qual era minha motivação para eu me doar.    Há pessoas que se doam para esquecer seu sofrimento, outras para serem admiradas.   A mãe que faz pelo filho está dando a ele o recado de que não confia na capacidade dele. Isso afeta a autoestima dele e prejudica o desenvolvimento de sua autonomia.    Há pessoas que se doam, mas não aceitam retribuição, assim deixa o beneficiário refém delas.   Há pessoas que se doam o tempo todo, mas não cuidam de si. É como um grito de socorro para que alguém assuma o que é atribuição dela.   Quem se doa sem ser altruísta cai no equívoco de achar que está fazendo o bem.   O altruísta se doa quando for pedido e necessário, estabelece um limite para não se exaurir e não negligencia o autocuidado.    

    A consciência é a ponta do iceberg e o que está imerso é a inconsciência. Para que algo do seu inconsciente venha à tona é preciso se estar pronto e dar consentimento.    O conteúdo do inconsciente é feito de tudo que a mente rejeitou, além do potencial e virtudes ignoradas de cada um.    Conhecer-se é o pré-requisito para uma vida plena. Quem não se conhece acredita que é feito de sombra porque não consegue acessar seus atributos.   Conhecer-se é uma viagem que tem começo, mas não tem fim, é como uma cebola que ao tirar uma camada logo se encontra outra.   É uma tarefa difícil porque fere o ego, mas é o único caminho para se libertar dele.   

  Movimento é o motor da vida. Ficar estático pode levar à morte. Ao nos movimentarmos entramos em sintonia com o todo.    Resistir ao movimento é um esforço inútil e desnecessário. Resistir às mudanças que a vida nos apresenta exaure nossas forças e nos desenergiza.   Tudo em nosso corpo está em movimento: o sangue circula, o coração bombeia, a respiração inspira e expira.  Sem movimento não há vida.   Já dizia o ditado: mente ociosa é oficina de satanás. Mas há que disciplinar os pensamentos, para evitar que seu movimento não cause angústia e aflição.    A cada passo que damos potencializamos as oportunidades, acompanhamos o fluxo da vida.  

  O maior problema do medo é que ele nos torna egoístas. Uma pessoa tomada pelo medo reage como se tivesse que proteger sua própria sobrevivência. Onde há medo, o amor é abafado.    De um lado, há uma superproteção daqueles que amamos, queremos poupá-los de todo sofrimento e isso pode causar mais danos que benefícios.    De outro lado, há quem se esconda atrás do medo, se omita, deixe para outras pessoas decidirem por ele.    Uma decisão tomada pelo medo não é inteligente, o medo afeta o discernimento, a ponderação.    Quando várias pessoas precisam tomar uma decisão por alguém que amam e que é incapaz, o conflito é inevitável. O medo de tomar a decisão errada desorienta o que é preciso ser feito. Se a pessoa está sob os cuidados e tutela de seus familiares, por incapacidade provisória ou definitiva, essa circunstância foi criada por ela mesma, pelas escolhas que ela fez na vida. Acredito que tudo que nos acontece nos é inerente.   ...

  Inveja e admiração     Quando eu era mais jovem fui alvo de muita inveja. Para os invejosos minhas conquistas foram um golpe de sorte, tudo chegou a mim de mão beijada . Eles não queriam saber do meu esforço para chegar ali.   Por outro lado, eu invejava quem tinha amigos, mas não queria pagar o preço de investir em amizade.   A inveja faz o invejoso se sentir menor, ele se sente ameaçado, pelo receio de que o alvo de inveja vá tomar o seu lugar.   No entanto o lugar não era dele, ele nada fez para merecê-lo. Se há inveja, há potencial a ser desenvolvido. Mas o invejoso quer queimar etapas, não quer ter trabalho.    Quando ele procura nele aquilo que o outro tem, ele passa a admirar e não invejar.   A admiração é o reconhecimento das qualidades e conquistas de alguém.   Isso torna a pessoa apta a buscar seu próprio poder, sua potência, que pode inclusive ser diferente.

  O maior problema do medo é que ele nos torna egoístas. Uma pessoa tomada pelo medo reage como se tivesse que proteger sua própria sobrevivência. Onde há medo, o amor é abafado.    De um lado, há uma superproteção daqueles que amamos, queremos poupá-los de todo sofrimento e isso pode causar mais danos que benefícios.    Uma decisão tomada pelo medo não é inteligente, o medo afeta o discernimento, a ponderação.    De outro lado, na mesma situação, há quem se esconda atrás do medo, se omita, deixe para outras pessoas decidirem por ele.    Quando várias pessoas precisam tomar uma decisão por alguém que amam e que é incapaz, o conflito é inevitável. O medo de tomar a decisão errada desorienta o que é preciso ser feito.   Se a pessoa está sob os cuidados e tutela de seus familiares, por incapacidade provisória ou definitiva, essa circunstância foi criada por ela mesma, pelas escolhas que fez na vida. Acredito que tudo que nos acontece nos é ...

  “As pessoas mais tristes estão sempre tentando fazer as outras se sentirem mais felizes. Porque elas sabem como é se sentirem absolutamente sem valor e não querem que ninguém sinta o mesmo. Robim Williams    A sensação de vazio tem várias origens e eu passei por algumas delas. Falta de sentido para a vida é vazio existencial.  Sensação de estar perdida diante do mundo, sem saber que direção devo seguir é vazio emocional. Sensação de falta que nada preenche é vazio da incompletude.    Mas há um vazio necessário e útil. Ele acontece quando encerramos uma fase da vida, ou quando abandonamos o velho. Não sou mais quem eu era e ainda não se apresentou quem sou agora.    Quando isso acontece, preciso de paciência para não me preencher com a superficialidade. A construção do novo eu já está acontecendo, mas só percebo quando ele já se integrou.    De um lado, o vazio é um alerta de que algo está errado e precisa de atenção. De outro, o vazio ...

    “Em todo jogo há uma peça que falta: é ela que nos joga e que decide.” E.M. de Melo e Castro   A falta me causa sofrimento, por não saber a qual jogo pertenço. É como se eu fosse essa peça que falta e que deseja se justapor.   Talvez não me encaixe porque a toda hora mudo de formato, assim, o jogo que me cabia, agora não me cabe mais.   Se o jogo muda, mais difícil ainda se torna encontrar meu lugar.     Se sou a peça que falta, estou destinada a me perder, porque o desejo não pode ser saciado, senão acaba o jogo.   Se sou eu que move o jogo, não posso ser alcançada, e agora entendo por que mudo a toda hora.   Só o movimento sincrônico da mesma modelagem pode promover o encontro, e não faz sentido todo um jogo performar para que eu caiba.   Talvez eu precise criar meu próprio jogo, para que, por atração natural, as demais peças cheguem.    Talvez eu tenha perdido o ânimo de encontrar meus semelhantes e prefira ficar va...

    Quando eu era jovem, tinha a fantasia de que a falta que sentia seria preenchida por alguém, como nos contos de fada.    Depois passei por uma fase de “autossuficiência”, dizia a mim mesma que não precisava de ninguém, que me bastava.   Essa imagem que criei de mim abafava a carência afetiva onde depositei a falta.    A independência financeira, a realização profissional não foram suficientes para preencher a falta, ela não estava ali.   Busquei o que faltava na compulsão pelo trabalho e pela comida. Como era de se esperar só me trouxe exaustão e adoecimento.   Procurei o parceiro que iria preencher a falta, a suposta “cara metade”. Só que ninguém é capaz de suprir carência afetiva.     Até então não sabia que a incompletude não pode ser preenchida por nada externo a mim.  A peça que falta está em mim, só que não dá para achá-la de imediato. É a falta que me move. A cada dia que encontro algo perdido em mim vai formand...

  “Toda vez que seu parceiro diz que se sente intimidado por você, levante e fuja, porque para se sentir intimidado essa pessoa tem que se colocar na posição de te enfrentar. Nenhum aliado se sente intimidado por causa de seu poder, um aliado não se sentiria intimidado por causa de seu poder, quem está se sentindo intimidado por causa de seu poder é seu inimigo.” Rita Von Hunty   Há uma diferença entre sentir-se intimidado e de fato estar sofrendo intimidação. É comum as pessoas se sentirem intimidadas por alguém que expressa poder, ainda que o expresse de forma sadia.    Quando alguém se acha inferior à outra em algum aspecto, seja na desenvoltura, na capacidade, na habilidade de enfrentar desafios, ela se torna competitiva de forma agressiva.    Isso é um equívoco, a pessoa está apenas sendo ela mesmo, e não é responsável pela reação alheia ao seu poder. Na maioria das vezes, quem intimida é aquele que se sente intimidado.    Quando se fala de c...

    “A falta de responsabilidade é um motivo inconsciente para justificar a falta de controle em situações que exigem decisão e administração das emoções e sentimentos. Se alguém não se vê responsável por algum comportamento, atitude ou sentimento dificilmente conseguirá tomar decisões coerentes.”  Givas Demore   Eu sou uma pessoa reativa, e a impulsividade contribui para isso. A falta de consciência de como estou me sentindo já causou muito prejuízo a mim e aos outros.   Descontrole emocional pode ser explicado, mas não justificado. Reação emocional não pode ser evitada, mas agir a partir dela, sim.    Recentemente eu me pus à prova. Estava num grupo terapêutico e fui acusada injustamente. O sangue subiu à cabeça, o coração acelerou, fui tomada pelo calor da raiva. Dessa vez estava consciente de meu estado emocional e me contive. Respirei nos sintomas, e aos poucos eles foram se amenizando, até que voltei ao normal.   Ao me centrar, entendi que a...

  “O grande problema quando o homem não ama a verdade, é que ele começa a achar que a sua opinião é a verdade e aí ele se torna dono da verdade.” Lúcia Helena Galvão   Eu sempre questionei a verdade determinada e fixada pelos detentores do poder. Não me acho capaz de alcançar a verdade absoluta. Acredito que toda verdade é relativa e pessoal, é a conclusão que cada um é capaz de alcançar.    Ainda que a verdade seja copiada de um conceito já conhecido, a gente só é capaz de apreender aquilo que é capaz de assimilar.    A verdade não pode ser fixa, ela é dinâmica, está sempre em movimento, à medida que a pessoa dá mais um passo em busca dela.    Ouvi alguém dizer: “quando dou um passo, o mundo se move.” É a mais genuína verdade! E quando falo de mundo, estou me referindo ao mundo interno. Meu mundo está sempre em movimento, e ando à medida que me abro para outras possibilidades.   Não me acomodo com a verdade que consigo alcançar, sei que não ...

    “Hoje sei que meus começos Só vêm se eu aceitar o fim E as flores que voaram dos meus sonhos Vão crescer noutro jardim.” O melhor da vida ainda vai acontecer – Oswaldo Montenegro   Quando me aposentei, tomei um choque de realidade. Não tinha mais a distração do trabalho, que evitava o confronto comigo mesmo.    A primeira mudança foi a consciência corporal. Ouvi muitos relatos de pessoas que adoecem logo após se aposentar. O que observei, no entanto, foi que a doença já estava instalada antes, mas eu era indiferente aos sintomas.    Descobri meu ritmo interno, bem diferente da hiperatividade que me dominava.    Fiquei frente a frente com conflitos, arrependimentos, sentimento de culpa, antes abafados pela rotina que me mantinha ocupada, até adormecer de exaustão.   Veio a culpa de não estar fazendo nada, de ser remunerada sem ser “produtiva”. Culpa em ver meus irmãos ainda lutando com a lida da vida. Aos poucos entendi que eles vivia...

    Foi muito difícil assistir o filme “Inexplicável”, não só porque o protagonista é sobrinho neto de minha terapeuta, mas principalmente porque eu me identifiquei com a mãe do menino Gabriel e fui tomada de muita compaixão.   Algumas frases ficaram marcadas em mim: “Não acreditar na cura é tão louco quanto acreditar”; “Só acaba quando termina”; “Deus não erra o caminho.”   Mas a que mais sentido fez para mim e que vou tentar aplicar na minha vida foi: “A fé precisa ser maior que o medo”.   Se eu tivesse a fé “do tamanho do grão de mostarda”, não teria ansiedade por coisas tão menores do que a questão de vida ou morte, tema desse filme.   Só tenho a agradecer por saber que existem pessoas que são capazes de sustentar a fé até o fim, e que servirão de inspiração para minha vida. 

    A catarse ocorre quando um conteúdo do inconsciente vem à razão. É o processo de liberar emoções reprimidas relacionadas a experiências que causaram impacto emocional.   Eu entro em estado catártico quando recebo um estímulo que desperta algo esquecido. Acontece das formas mais inusitadas: ao sentir determinado cheiro, certa música, um acontecimento específico, algo que me chama atenção num filme ou num sonho.   Escrever quando me encontro no estado catártico libera com suavidade memórias afetivas. São conteúdos que já estavam na borda da consciência, à espera de algo que os impulsionasse.    Em estado catártico consigo captar o que o inconsciente ofertou. Ao criar um texto catártico as emoções são traduzidas pela intuição.    A linguagem catártica é simbólica, o que escrevo quando estou nessa condição revela algo que ignorava saber, me traz compreensão e alívio, me ajuda a dar sentido ao que até então era um mistério. 

    No passado, eu não negociava com a procrastinação, pelo contrário, agia pelo impulso, o que também não é uma atitude sábia.    Mesmo não sendo previsível, tinha constância em meu modo de ser e em minhas atitudes.   Agora, me falta força de vontade em alguns setores da vida, como cuidar de minha saúde. Fico iludida com prazeres efêmeros e nocivos que me tiram a determinação.   Eu não me aposentei de mim, o labor para ter uma vida saudável e uma velhice vigorosa não pode ser adiado.    A constância é uma qualidade indispensável para não se perder na indecisão.   Duvidar é manter a pergunta sempre pronta a ser posta, é a descrença que me impulsiona a buscar respostas.   Acreditar sem experimentar é o mesmo que fanatismo. A resposta vindo da experiência é sentida, por isso é integrativa.    Constância não é o mesmo que se manter igual, é a qualidade de quem persevera de forma flexível, de quem é determinado no caminhar, ainda q...

  “A maioria de nós tem uma forte resistência para suportar as situações, tem uma rigidez egóica muito grande.”  Aidda Pustilnik)   Eu era resistente quando eu tinha vida laboral, produzia mais e mais rápido do que outros colegas. Eu fazia mais do que dava conta, ou seja, não respeitava os limites do corpo e da mente.    Na verdade, a resistência é uma força de oposição, que se esvai à medida em que é usada. A resistência está no contrafluxo da vida, e o resistente insiste mesmo não conseguindo, acha que só precisa de mais determinação.   Era o que acontecia comigo: fazia um grande esforço para chegar ao resultado, a ponto de periodicamente cair em exaustão. Tal desgaste tinha como consequência a somatização, adoecia para o inconsciente me dar freio.    Quem é resiliente segue com o fluxo, ou seja, observa o que acontece fora e como está dentro de si, tira proveito criando oportunidades. Procura alternativas de soluções e escolhe aquela que requer...

  “Os circuitos de consagração social serão tanto mais eficazes quanto mais longe eles passarem do objeto consagrado” Clovis de Barros   Quando eu lancei meu primeiro livro em 2003, fiquei feliz com a repercussão, mais de cem pessoas compareceram, entre colegas, amigos e familiares.    Depois de algum tempo pude constatar que muitos deles sequer se deram ao trabalho de lê-lo, adquiriram o livro só para me prestigiar. Não era isso que eu queria, não estava interessada em retorno financeiro.    Quando passei a publicar meus textos gratuitamente nas redes sociais, sei quem de fato tem interesse no que escrevo, seja um estranho, conhecido, amigo ou familiar.   Muito sábio é o ditado que diz: “santo de casa não faz milagre.” Quanto mais próximo estão as pessoas em meu entorno, menos credibilidade me dão. Ou não acreditam em minha capacidade, ou me ignoram por inveja. O vínculo afetivo interfere na avaliação isenta do texto, tanto de forma positiva quanto ne...

    Eu sempre achei que tinha medo do julgamento alheio. Recentemente descobri que não é isso. Quando percebo que agi de forma inadequada, tenho vergonha de mim e temo que as pessoas percebam isso. Não se trata de julgamento, mas de exposição de quem sou.    Essa atitude vem do ciúme e da inveja. De um lado, o sentimento de posse abre lugar para o medo de perder quem amo para outras pessoas; de outro, invejo quem tem amizades antigas e sólidas porque não fui capaz de manter e nutrir as minhas.    Ciúme e inveja são irmãos predadores que sorrateiramente me tiram do eixo.    A sensação de invisibilidade, por sua vez, exacerba ciúme e inveja, sustenta a separatividade.    Sempre que sou convidada para um trabalho em grupo, esse complexo de emoções me tomam, guiado pela impotência.    Na minha fantasia, todos já estão enturmados, menos eu, e o sentimento de inadequação pula na frente.   O tempo está contra mim, a cada dia que ...

  “Saúde mental é a capacidade de estar só”. Donald Winnicott    Concordo, mas não é só isso, é a capacidade de estar só e de controlar o pensamento.   Não é apenas estar só, é estar bem ao estar só. É a capacidade de estar consigo mesmo, sem procurar estímulos para não se confrontar.    Marco Aurélio, imperador romano, escreveu quatro frases sobre o pensamento:    “A qualidade da sua vida depende da qualidade de seus pensamentos.” Não quero que pensamentos provenientes do medo me controle. A todo pensamento é atrelado uma emoção, e é ela que vai ditar a forma como eu recebo tal pensamento.   “Você tem poder sobre sua mente não sobre os acontecimentos externos. “  O que acontece dentro, acontece fora, ou seja, meu pensamento impregnado de emoção é capaz de materializar a realidade externa.     “A vida de cada um é o que seus pensamentos a tornam.”  Ao cultivar pensamentos de otimismo realista, que me estimule à supera...

  Estou assistindo, pela segunda vez, um seriado que retrata com perfeição reações de uma pessoa em conflito. Conflito que, pela incoerência, torna-se cruel.   O protagonista tem uma doença incurável, e quando ela começa a se manifestar ele não quer que a amada sofra, no entanto ele a afasta com crueldade.   Só que ele não consegue sustentar esse lugar, então ele oscila entre se aproximar, e quando percebe que não vai resistir  volta a carga da crueldade com mais força.   É a descrição perfeita da guerra interna entre luz e sombra. Nesse caso, ele se torna duplamente cruel, quando se aproxima, dando esperança a ela, fazendo-a ficar confusa, e quando a afasta com crueldade.   O conflito em mim acontece quando quero tudo, não quero renunciar a nada, inclusive desejos incompatíveis. O conflito tem origem no egoísmo que é irmão da obstinação.   O conflito pode ser fonte de crescimento se eu fizer a escolha que me leve em direção à luz. Mas enquanto nã...

    “Se eu quiser falar com Deus Tenho que me aventurar ........................................... Dar as costas, caminhar Decidido, pela estrada Que ao findar, vai dar em nada Nada, nada, nada, nada Nada, nada, nada, nada Nada, nada, nada, nada Do que eu pensava encontrar” Gilberto Gil   Sempre tive dificuldade em me relacionar com Deus, em conversar com Ele, em orar para Ele. É mais fácil conversar com uma entidade próxima a mim, como o anjo da guarda.   Não consigo conceber Deus como uma entidade personificada, tendo uma imagem semelhante a mim. Para mim ele é uma energia feita de amor.   Jacob Petry disse algo que fez todo sentido para mim: “Acreditar é uma coisa da mente e Deus precisa ser sentido.” Isso me apaziguou, eu sinto a presença Dele, não o tempo todo, mas em alguns momentos. São instantes de compaixão comigo mesmo e com o outro.    Como diz Gilberto Gil: “Ao findar vai dar em nada do que eu pensava encontrar.” Deus sem definição, sem co...

    “No princípio só havia consciência sem forma, sem nome, sem começo. Tudo era o todo, mas o todo, por ser tudo, não tinha nada fora de si. Sem o outro, não havia espelho, e sem espelho não há reconhecimento, sem reconhecimento não há experiência, sem experiência, não há expansão... Foi aí que ele orbitou, se ultrapassou, se fragmentou. E ao se fragmentar ... Cada ser, cada alma, cada consciência individual é uma centelha dessa grande consciência que tudo é... Kleber D. Bernardini.   É difícil para a gente entender que todos somos um. Por essa razão, há várias versões da origem do Universo, seja pela mitologia, religião ou ciência.   Quero crer que todos fazemos parte de uma família humana cujo Pai é o mesmo. Faz sentido para mim o princípio budista da inclusão. Se todos somos irmãos espirituais e temos a mesma origem, rejeitar alguém é excluir uma parte de nós mesmos.   Penso que eu só consegui me sentir pertencendo a essa grande rede humana quando acolhi o p...

    “A mudança exige o poder suportar, a mudança exige o querer mudar. Um amigo me disse que a mudança é uma porta que se abre pelo lado de dentro. A mudança é uma escolha.” Aline Pierini   A mudança em mim, embora pareça que acontece de repente, é um processo lento que se dá em meu íntimo, e quando menos espero, ela vem para fora.   A mudança não é um processo racional, ela se dá em instâncias que envolvem o emocional, a flexibilidade e ajuda espiritual do sagrado que há em mim.    Ela carece de decisão e de mover a intenção nessa direção. Depende de suportar ser quem sou por inteiro, com qualidades e defeitos. Ao me aceitar como sou, abro a porta da mudança pelo lado de dentro e ela então aflora.   A maioria das vezes não percebo que a mudança se instalou, só quando me ponho à prova. O certo é que passo por pequenas mudanças no dia a dia, e esse preparo facilita uma mudança mais profunda.   Na verdade, mudar é retirar camadas que ocultam quem so...

  A vida bela Bela é a manhã que desponta e traz um novo começo A vida bela Como bela é a canção que inspira e enaltece A vida é bela Quando eu a desenho e a coloro assim Sim, a vida é bela Bela eu me faço na dança viver A vida é bela Tal qual o jardim que floresce e se multiplica dia após dia. A vida é bela Porque é feita de momentos inspirados no bem viver Bela é a vida em mim.

  “ A voz na cabeça, filosoficamente falando, ela foi dita no livro dos Gêneses, que é o primeiro livro dos judeus, que é a história de Adão e Eva e a serpente tagarela, a serpente é a voz da cabeça.” @jorgelordelloreal   Essa noite tive muita dificuldade de dormir, uma preocupação pontual manifestou-se como uma voz na cabeça que me falava sobre o que poderia acontecer, vários cenários vislumbrei.  O problema estava em que não dependia de mim acontecer ou não acontecer o que temia. O sentimento de impotência somou-se às preocupações e aumentou a carga negativa dessa voz.    Dormi por conta da exaustão mental, o sono não foi reparador, acordei me sentindo cansada.    É impressionante como à noite, em especial quando estou na cama, os pensamentos que consigo afastar da consciência com distrações que me ocupam o dia, eles me dominam como não tem nada para fazer.   No entanto, quando amanhece, sou capaz de refletir sobre essa aparente impotência e a v...

  “O auto preconceito é maior que o preconceito das pessoas, ou seja, quando eu acho que há alguma coisa errada comigo mesmo, então eu crio um preconceito contra mim mesmo, eu crio um preconceito imaginário e a autoimagem, ou seja, a maneira como me vejo influencia como eu penso que os outros me veem.” (sobre o experimento da cicatriz) @d.gabriel210   Quando eu acreditava que eu era  minha autoimagem, eu me sentia confiante, me achava poderosa e bonita. Essa percepção de mim influenciava a forma como eu achava que os outros me viam.   De forma inversa, agora que tenho consciência que eu não sou a autoimagem, ela não funciona mais.    Por eu ser idosa e não me achar mais atraente, me sinto invisível e sem importância para as pessoas, e é assim que acho que os outros me veem. Ou seja, eu substitui a autoimagem da poderosa pela da insignificante.   Penso que é assim que funciona mesmo. Se o que me conecta aos outros é a energia que emano, mais do que...