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Mostrando postagens de janeiro, 2024

Ressurgências

  Há um fenômeno oceânico que revolve  as profundezas, trazendo seu conteúdo   à superfície.    Tenho momentos em que me sinto revirando sentimentos e memórias escondidas no fundo  do inconsciente. Elas ressurgem com toda força  e potência, a ponto de quase   me aniquilar.     Elas vêm dessa forma pelo tanto que ficaram contidas, sem expressão,  sem acolhimento.  Elas emergem porque de alguma forma eu dei permissão     e sinaliza que estou pronta para lidar   com elas.    Esse deveria ser um hábito de purificação emocional, periodicamente praticado  de forma consciente e voluntária. Enquanto isso não acontece, vou acolhendo o que a sabedoria interior   me trás, vou aproveitando as insurgências  que se apresentam.    

Amante do destino

Virgínia Leal Amo traçar a alameda enquanto nela ando, desenhar as árvores que a orla, o chão que a compõe. Amo saber que instantes depois de lhe dar existência, ela cria vida própria, vai mudando os contornos, o sentido, a direção. Gosto de não saber onde vai dar a bifurcação, o que tem depois da curva, me encantar comum fruto ao alcance da mão, um pássaro contornando uma flor. Amo não saber aonde ela vai me levar. Ainda que venha tempestade e a erosão aconteça, sigo firme e agradeço a oportunidade de praticar resiliência, com a consciência que tudo que me chega fui eu que colori, algumas coisas ainda são esboço, muitas trazem manchas de tanto tempo guardadas, outras preservam o frescor da novidade, mas todas vindas de mim. Sou amante do destino, meu companheiro de jornada, amo sua autonomia, pois embora eu o tenha estampado, sempre me surpreende com seus desdobramentos, com suas formas e movimentos, ora colorindo um horizonte azul, ora cinza, ora desenhando pedras e flores no mesmo ...

Coletânea de livros de Virgínia Barbosa Leal

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VIRGÍNIA LEAL:  Movimento é vida e a vida convida a se deixar levar pelo que se apresenta Encontrei na metáfora a forma de expressar aquilo que não consigo traduzir nem para mim mesma. Não precisar responder a perguntas me deixa livre para compor meus pensamentos. Na verdade, não trago resposta a nenhum questionamento, instigo o leitor a refletir e encontrar suas próprias respostas.  Cada lufada simbólica pode mobilizar quem se sensibilizar por ela. Movimento é vida e a vida convida a se deixar levar pelo que se apresenta, abdicar das certezas, abrir-se para novas perspectivas, desbravar novos horizontes, com liberdade para sentir os anseios da alma.   Ao leitor proponho fazer uma leitura como quem se aventura nos sítios dos mistérios, nas searas do desconhecido, proponho deixar-se provocar pelos meandros da  palavra. Desejo bom proveito.  VIRGÍNIA LEAL: Sou livre pensadora, trago meu ponto de vista à reflexão. RELIGAR-SE Não sou metade, o que me acontece ...