Determinismo e livre-arbítrio

 

Entre estudiosos há um debate 

que trata  do que caracteriza o humano 

e o deferencia dos animais. 

 

Os defensores do essencialismo 

afirmam que o humano tem 

uma essência que precede a existência. Já aqueles que optam 

pelo existencialismo preconiza 

que não há nada imutável no humano 

e que a existência antecede 

a essência. Assim, a essência se faz durante a existência.

 

Eu sigo um meio termo. Nem estamos subordinados inarredavelmente 

ao determinismo, como também o livre-arbítrio sofre restrições, a exemplo 

das consequências das nossas escolhas. 

 

O humano tem como determinante 

o genes, que transmite as características genéticas de uma geração para outra. 

O temperamento e a índole são traços 

da personalidade constituídos desde 

o nascimento.

 

As demais características são adquiridas na relação dele com as pessoas, com 

a sociedade e com o mundo. 

 

Entretanto não existe característica ou natureza humana universal, assim como 

a essência é individual. 

 

Talvez essa seja o aspecto que diferencia o humano do animal: 

sua capacidade de mudança 

e desenvolvimento. Outra atributo seria 

a liberdade de escolha. Aí está a riqueza do humano: a singularidade e o poder 

de escolha. 

 

Entretanto, quero crer que tenho 

uma essência que me distingue 

dos outros: qualidades que desenvolvi 

ou que herdei. Os aspectos que ainda não evoluíram não são minha essência, mas uma distorção dela. A essência se diferencia do eu real, porque esse último é a soma de todas 

as características de uma pessoa, talentos e defeitos. 

 

Acredito que o humano se faz na trajetória da existência, mas nem tudo decorre do aprendizado, há traços inatos da personalidade e são eles que compõem a essência. 

 

A meu ver, o livre-arbítrio sofre restrições, eis que as decisões são tomadas com base no acervo cultural, social, de informações assimiladas,

e das crenças e ideologias incorporadas, muitas delas inconscientes. 

Outra restrição à liberdade de escolha 

é a reação ao passado não trabalhado. 

Outro exemplo é a lei de causa e efeito. 

A liberdade é de escolha, mas as consequências decorrentes dela são determinantes. A sujeição às leis humanas é outra restrição à liberdade 

de agir. A identidade escraviza, pela tendência de engessamento dela pelos outros, por ser o perfil apresentado aos demais.

 

A existência tem a função de estimular 

em cada um o aprimoramento geral, que só acontece através do aprendizado  relacional que ele experimenta, tendo por suporte as qualidades que podem ser inatas ou desenvolvidas.  

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