Tempo que cura

 

Já aconteceu de eu estar enfrentando uma forte crise emocional, pensar que nunca ela ia acabar, e de uma hora para outra superá-la, como num passe 

de mágica.

 

Até as estações do ano passam por transformações penosas, que se eu não conhecesse seus ciclos, acharia que seria o fim. Se há uma estação das flores 

e outra de frutas, as que se seguem aparentam estar definhando, com a perda das folhas no outono e a neve encobrindo tudo no inverno. Enquanto isso a vida 

se mantém latente, à espera de momento propício para florescer. 

 

Tudo que é vivo tem um tempo de maturação, de auge, declínio 

e renovação. Quando nada parece estar acontecendo, a mudança vai 

se processando no subterrâneo da vida, até emergir plena e pronta. 

 

Assim acontece comigo, por não perceber o processo acontecendo dentro de mim, às vezes me impaciento, não espero o tempo de cura. Quando menos espero, algo acontece que muda meu estado de ânimo, revela a transformação que passei. 

 

O tempo cuida da vida, sustentando-a em seus altos e baixos, dando espaço para que a impermanência se manifeste, que os ciclos se fechem e outros 

se abram, num contínuo que desconheço como e quando. Só me resta seguir, mesmo sem saber o que me aguarda na curva do caminho, confiando no tempo que propicia a manifestação do cuidado, da cura, e da transmutação. 

 

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