Relacionamentos
Relacionamentos
Mulheres se queixam de não conseguirem ter um relacionamento duradouro, de não encontrarem alguém que queira dividir com elas a vida, constituir família, e se perguntam o que há de errado com elas.
Não tenho resposta para isso, mas posso falar de mim. Não passei por essa dificuldade, tive três relacionamentos e em todos formei família, dois deles foram duradouros. Mas posso dizer que comungo do mesmo sentimento delas, porque esses relacionamentos cobraram um preço alto para durarem, o da solidão a dois, de ter de conviver com alguém narcisista, voltado apenas para si, que não conversava, insatisfeito com tudo, constantemente reclamando.
Para cada um deles, estar comigo era confortável, porque eu me esforçava em agradá-lo, tentava adivinhar o que ele queria, mas nada era o bastante. Nenhum deles achava
que eu era capaz de ir embora, e quando fui me disseram que nunca pensaram
em me deixar.
Cada uma das minhas relações acabou muito antes de eu me separar, quando
eu desisti do parceiro, perdi a fé na relação, a esperança de ser feliz,
quando decidi que não queria mais sofrer. Enquanto fazia mentalmente as malas, fui me fortalecendo para tomar iniciativa.
Não posso culpá-los pelo fim
do casamento, a responsabilidade
foi minha de escolher pessoas assim
e de me manter tanto tempo infeliz
com cada um deles.
Para ser sincera, não estava pronta
para um relacionamento feliz, tinha baixa autoestima e medo da entrega. Paradoxalmente, conviver com alguém que se mantinha distante foi a razão para o relacionamento durar tanto.
Mas à medida em que fui me cuidando, passei a ficar insatisfeita por
não haver troca, e era inútil cobrar
o que ele não tinha para oferecer.
Agora posso escolher não mais
me submeter a um relacionamento abusivo, mas ainda não soltei o medo
da entrega, por isso encontrar alguém ficou difícil.
Para realizar o sonho de um relacionamento saudável preciso continuar me cuidando.
Talvez essas mulheres tenham pulado uma fogueira quando o relacionamento não vingou, mas é importante se perguntarem o que elas querem de verdade e se estão dispostas
a correr o risco de se entregarem a outra pessoa.
Desejar algo não basta, há que que
se dispor a dar passos para ter o que
se quer. É inútil querer do outro o que
a própria pessoa não tem para oferecer.
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