Inveja e admiração


 

A inveja é o averso da admiração, é a admiração invertida, faz com que 

me sinta inferior e provoca em mim hostilidade direcionada ao alvo de inveja. Quando tenho inveja, quero estar no lugar do outro, ao mesmo tempo em que vejo nele um embaraço, um obstáculo para minha autoexpressão, acho que ele ofusca meu brilho. 

 

A admiração é inspiradora, me motiva a ser melhor. Quando admiro busco 

em mim as qualidades que vejo no outro. A admiração é a qualidade de reconhecer o talento e o sucesso do outro, mesmo que eu não vislumbre ainda em mim tais qualidades. Pode acontecer que meu talento seja outro, ainda assim a admiração fortalece 

meu empoderamento. 

 

Muitas vezes tenho inveja porque não sei o esforço e empenho que a pessoa empreendeu para a pessoa chegar aonde chegou. Só eu sei o que precisei sentir 

sem ao menos entender o que estava sentindo. 

 

Quando sinto inveja, lamento por não ter construído uma história de vida que possibilitasse estar no mesmo lugar de quem invejo. Também avalio o preço que eu teria que pagar, as desvantagens de sustentar o que conquistei e então compreendo por que fiz escolhas diferentes que resultaram no que sou hoje 

e me apaziguo. 

 

Não posso ser vitoriosa em todas 

as instâncias da vida, minhas conquistas visíveis podem esconder alguns fracassos. Quem vence na profissão pode ter sacrificado sua vida pessoal, 

o convívio com sua família. A inveja acontece quando acho que a galinha 

da vizinha é mais gorda, e não vejo que 

a minha é boa poedeira. 

 

Cada um tem sua trajetória e manifesta na vida de acordo com as aptidões que possui. Todos estão no caminho que traçaram, pessoal e intransferível, necessário para seu aperfeiçoamento. Se eu pudesse avaliar o desempenho 

de cada um como um todo, em todos os setores da vida, veria que ninguém 

é melhor do que ninguém. 

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