Medo e suas faces
Sou uma pessoa ansiosa e não posso tomar ansiolítico porque fico deprimida, saio de um extremo para o outro.
Quando eu trabalhava, fazia tudo com agilidade, assim a ansiedade era amenizada pelo foco no que estava fazendo.
Descobri que ela escondia medo de errar, de não dar conta, de ser obrigada a fazer o que não queria, provocado pelo perfeccionismo e orgulho.
Ao me aposentar, o medo era da velhice, da doença, da proximidade da morte, medo de ficar só. Pequenas tarefas fora da rotina me davam ansiedade. Medo de perder a funcionalidade e independência.
O medo é um instinto de sobrevivência e é acionado quando há ameaça real, impulsionando a pessoa a enfrentar o perigo ou fugir. Esse é um medo útil e necessário.
Mas o medo escondido pela ansiedade é nocivo e destrutivo, sofro por antecipação de algo que pode nem acontecer.
Até quando a ansiedade é por uma coisa boa, há o medo de que não se realize que mina a vontade e a determinação.
Depois que me aposentei, fiquei frente
à frente com a ansiedade, fui forçada a investigar o que estava por trás dela. Quando descubro qual é o medo que a aciona, me pergunto se vou morrer se o que temo acontecer ou que desejo não aconteça.
Essa foi a melhor forma de abrandar a ansiedade e o medo porque, em todas as hipóteses, eu sobrevivo e ainda posso me preparar para o suposto evento.
Quanto mais eu foco no presente, menos a ansiedade se manifesta, menos medo eu tenho.
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