À espera



Alguém me falou que a vítima fica vivendo uma eterna espera. Faz sentido. Quem está em compasso de espera interrompe a vida, como quem está no cais à espera da volta do navio,
na estação do trem à espera de alguém que não chega, na janela esperando a banda passar. No entanto o que passa são as oportunidades, os dias, meses e anos.

Essa mesma pessoa disse: você não é vítima da sua história, você é protagonista. E eu digo: não espere que a vida aconteça na inércia, que o tempo dê a solução, que o problema se resolva sozinho, que alguém faça por você. A espera precisa se ativa, a vida é movimento, ela não espera por ninguém.

Esperar na imobilidade é covardia de quem não quer se arriscar, de quem culpa o destino, a desventura, a sina. Esperar é projetar a vida para o futuro, mas o futuro não acontece se eu não seguir em direção a ele.

A esperança é privilégio de quem vive plenamente o presente, construindo assim o tempo de realização. É a atitude de quem faz acontecer, de quem põe o desejo em ação e confia no trançado do tempo, sabendo que o desejo só manifesta movido pela vontade.

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