Viver no futuro
“A maioria das pessoas vivem como
se esse momento, o momento presente fosseum obstáculo que elas precisam superar, para chegar a um ponto no futuro onde elas acreditam que a vida será melhor.” Jacob Petry
Eu vivia de fazer planos, de elaborar projetos, de criar expectativas de realização, ou seja, com os olhos no além-mar. Enquanto eu agia assim, não aproveitava o presente, que era algo a ser transposto.
Quando os planos e projetos
se concretizavam, ficava o vazio de não ter por que viver, e isso me mobilizava a fazer novos planos e projetos.
Dessa forma, as expectativas sempre eram frustradas, pois mesmo que elas acontecessem eu não me sentia preenchida.
O presente existia em função de dar passos para o futuro. Mesmo antes de terminar o dia, eu já pensava o que
ia fazer no outro. Vivia fora
da realidade, projetando a vida para depois, e o depois nunca chegava.
No próprio dia, a mente se ocupara com
a ação seguinte enquanto estava fazendo algo. Agindo assim vivia insatisfeita, mas não sabia como sair desse circuito enganoso.
Hoje, até porque meu tempo de viver
é menor do que o que já vivi,
priorizo o agora. Procuro fazer do meu dia um tempo de presença,
me ocupando do que tem para fazer, buscando prazer nas coisas do cotidiano, criando tempo para a diversão, dando sentido às ações habituais.
Aprendi a conviver com a indeterminação, a aceitar não saber como será amanhã,
a aproveitar o tempo disponível. Ainda tenho desejos, mas dou destaque àqueles que posso realizar agora. Para os demais, deflagro a ação e deixo a cargo do universo o futuro, a continuidade do seu processamento e o consequente resultado, que poderá ser a concretização ou não.
É claro que uma vez ou outra me lanço
no futuro e volto a me angustiar com
o porvir. Mas viver no presente me ajuda
a amenizar a ansiedade, traz leveza,
me exige o mínimo de esforço para obter
o máximo de resultado.
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