Erro e consequência

 Assisti o documentário de Jung Kook “I am still”, sobre o processo de criação e divulgação de seu álbum Gold. Me chamou a atenção a disciplina e determinação do artista, repetindo infindáveis vezes trechos da música, até chegar ao tom certo proposto. Isso me fez repensar o que entendia sobre o erro.

Quando se está em período escolar,
é comum repetir o exame até ser aprovado, o erro e sua correção fazem parte do processo de aprendizagem.
Quando nos tornamos adultos, entretanto, em se tratando de relações interpessoais, o erro tem um tratamento diferente,
a começar pelo conceito de pecado
e suas consequências. Nem sempre
nos é dada pelos outros a chance
de reparar o erro. É bom que se diga que não estou falando de atitudes graves, consideradas como crimes.

O conteúdo moralista presente em cada atitude propicia crítica, julgamento, condenação e execração do infrator.
A crítica é dirigida à pessoa e não à sua atitude. Sem a moralização das ações
a pessoa só precisaria reconhecer
e reparar o erro e seguir em frente.
Não fosse o elemento moralizador,
a atitude não afetaria a suposta vítima,
e se afetasse, seria escolha dela reter mágoa e ressentimento, independente da atitude do suposto infrator.
A não ser que ele tenha agido com a intenção de lhe fazer o mal, aquilo que a lei denomina de dolo.

Quando erramos, violamos leis divinas
e criamos desarmonia no todo, é contra elas que atentamos. Para o retorno ao equilíbrio é preciso ajustar a conduta e as consequências do erro têm essa finalidade. A noção de castigo é totalmente equivocada. Quanto mais rápido tomarmos consciência do erro,
nos arrependermos, e o repararmos, mais suave será essa transição do retorno à harmonia.

A rigor, não caberia aos outros julgar,
já que todos somos falíveis e passíveis
de cometer os mesmos erros.

Somos um rio de águas límpidas que eventualmente se permite poluir. Precisamos fazer o processo
de purificação sempre que cometermos um erro. A purificação se dá com
a admissão do equívoco, pelo arrependimento e reparação. Só assim voltaremos a sentir unidade com o Cosmo.