Reconhecimento
“Reconhecemos na pessoa que amamos uma imagem muito antiga que gravamos no íntimo de nosso ser... Não existe amor sem reconhecimento” Octávio Paz
Esse pensamento ressoou profundo em mim. É verdade que não existe amor
se não reconhecemos o outro em sua singularidade. Isso não é amor
e sim paixão. Na paixão não vemos quem o outro é, mas alguém que gostaríamos que ele fosse, e que não é ele.
O amor importa em reconhecer o outro e ser reconhecido. Reconhecer é conhecer de novo, por isso resgatamos “uma imagem muito antiga que gravamos no íntimos de nosso ser.” É também ser capaz de ver a pessoa como ela é, alguém único para mim.
Sob esse prisma, sabemos como é difícil amar de verdade, porque dificilmente estamos interessados em saber quem o outro é, queremos que ele seja a imagem que projetamos nele.
Ser reconhecida naquilo que sou, em aspectos que nem mesmo eu ainda reconheci em mim, deve ser uma experiência gratificante e ao mesmo tempo assustadora.
É como se o outro tivesse penetrado no âmago de meu ser e não houvesse mais fronteiras entre mim e ele.
Eu me sentiria exposta e totalmente venerável a ele. Para mim, o amor é exatamente isso, o eu sem defesas, aberto e disponível para aquele que o descobrir.
Aquele que reconhece também se revela e essa troca, esse reconhecimento mútuo, produz o vínculo inquebrantável do amor.
Eu me pergunto se alguém já teve essa experiência mágica, essa revelação recíproca, quem já viveu o amor nessa profundidade.
Comentários
Postar um comentário