Superação
Palavra tem poder
Quando meu irmão caçula morreu, não me disseram que ele tinha morrido.
Eu era bem pequena e devo ter ficado confusa porque ele foi ao hospital e não voltou. Imagino que eu queria que ele desaparecesse para eu voltar a ser caçula e como me pareceu que isso aconteceu, presumo que senti culpa. A partir de então eu queria ser invisível, porque temia desaparecer como meu irmão se fosse vista. Traduzindo isso em uma frase, passei a afirmar que sou invisível.
Por muito tempo me escondi até de mim mesma, era retraída e falava pouco. No entanto, a necessidade de interagir me fez sair do esconderijo, mas quando era censurada voltava a meu refúgio. Ficava alternando entre me exibir e me ocultar, ora por medo de desaparecer, ora por medo de punição.
A palavra é uma força criadora que materializa o que penso ou imagino.
Ao afirmar algo a meu respeito, cristalizei a palavra de tal forma que ela passou
a ser a imagem que tinha de mim – uma pessoa invisível.
A palavra está impregnada de crenças, muitas vezes inconscientes, que geram equívocos em meu sentir, pensar e agir.
Preciso escolher bem as palavras que pronuncio, para evitar desentendimentos com os outros e comigo mesmo. O “se”, o “mas” e o “talvez” são termos que desconstroem a assertividade e tira a força da palavra.
Falar no tempo presente, de forma clara e concisa dá um comando preciso
ao cérebro, sem margem de dúvidas, e facilita a manifestação.
O poder da palavra não consegue se manifestar ou se realiza equivocadamente se há hesitação e medo. Portanto, inicialmente preciso ter clareza do que pretendo dizer e qual a intenção ao pronunciar a palavra. Que eu faça da palavra uma aliada e não uma opositora a meus desejos.
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