Dúvida atroz
“Quem escreverá a história do que poderia ter sido, o irreparável do meu passado, esse é que é o cadáver.” Fernando Pessoa
Quem não já teve um momento na vida em que se questionou: “se eu tivesse feito outras escolhas, como teria sido”? Quem, num momento de insatisfação com a vida que estava levando, não se arrependeu do caminho que escolheu?
Às vezes me pego pensando em respostas que não dei, em atitudes que não tomei, como se quisesse refazer minha história de vida.
Essa é a dúvida que nunca será esclarecida. Eu posso até imaginar como seria, mas o fato é que nunca saberei, porque cada movimento feito é irrepetível e repercute em mim,
em meu entorno, e até no universo.
Escolher é renunciar às demais alternativas. Eu posso até mudar de rumo e tentar fazer o percurso que não optei, mas esse será outro diverso daquele, porque o tempo não será o mesmo,
as oportunidades serão outras,
eu serei outra.
Não há como recuperar o que se perdeu no passado, esse jaz na memória. Lamentar o que não aconteceu é não assumir a responsabilidade pelas minhas escolhas. Ao tomar uma decisão, é inútil olhar para traz. Melhor ter feito uma escolha infeliz do que ter ficado presa na indecisão.
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