Se dar valor
Há quem meça seu valor pelos bens que acumulou, outros pelo status, pela conquista profissional ou se sentir valorizado depende do reconhecimento do chefe, dos amigos, da família. Quando o referencial deixa de existir, a pessoa sente que perdeu seu valor.
Quem não se dá valor permite que os outros o menosprezem, faz concessões que violam sua integridade, faz de tudo para ser apreciado.
Quando me aposentei, entrei em crise, me sentia inútil, acreditava que meu valor estava no que eu fazia. Sentia-me vazia, a vida sem sentido, me sentia sem chão.
Acreditava que se eu deixasse deixa de ser produtiva para o mercado, ainda mais sendo idosa, eu perderia visibilidade.
Iniciei a busca de auto validação. Percebi o quanto era desconectada de mim
e como vivia em função dos outros. Qualidades que reconhecia eram apenas as pertinentes às competências profissionais: dedicação, profissionalismo, destreza, eficiência, inteligência, rapidez de raciocínio. Constatei como sou deficitária nas competências para relacionamento interpessoal. Descobri que tenho uma boa base de espiritualidade, qualidades morais sólidas, sensibilidade, compaixão. Por outro lado, sou egoísta, autocentrada, arrogante. Ao me apropriar de quem sou, me aceitando por inteira, voltei a encontrar meu lugar no mundo diferente do que tinha.
É o comum o valor ser mensurado pela régua da comparação a um parâmetro idealizado. Mas pode ser também avaliado pelas características da personalidade, a consciência crítica,
a habilidade de refletir sobre si próprio e a forma como interage com os outros.
O valor humano está na sua forma
de estar no mundo, em saber
se posicionar, ter atitude,
agir em coerência com seus princípios,
e atuar em favor da coletividade.
Todo ser humano tem valor, acervo
de qualidades, talentos e aptidões que
o tornam singular. O equívoco está
em se comparar com os outros.
Para mim, o parâmetro é quem fui, quem sou, e quem quero ser, numa perspectiva realista.
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