Abstração

 Abstração

 

O todo é diferente da soma das partes. Entretanto, aprendemos a pensar 

de forma cartesiana, que isola as partes para entender o todo. 

 

Podemos analisar um evento a partir 

de vários ângulos: dos fatos em si, 

da repercussão deles, de como fomos afetados, das circunstâncias. Mas esse processo é uma abstração mental, eis que esses elementos não podem se decompor de forma concreta. Se deixarmos um aspecto de fora da análise, comprometeremos a percepção 

da realidade. Analisar um fato isolado 

do todo não guarda qualquer contato com a verdade. 

 

Entretanto, é assim que procedemos 

ao julgar alguém por uma atitude, quando a isolamos dos diversos fatores que poderiam levar a outra conclusão. 

 

O primeiro equívoco está em julgar 

a pessoa e não o suposto erro. Este só pode ser atribuído à conduta, se ele é habitual. Depois, é comum a percepção estar comprometida pela reação emocional. Ainda que correta a avaliação, pode não ter sido levado em consideração que o agente estaria passando 

por um momento difícil, ou que o erro não tenha nada a ver comigo ou não tenha tido o agente a intenção de me magoar. Ao julgar a pessoa e não o suposto erro, em geral  não considero as atitudes corretas do suposto infrator, afinal ele 

é bem mais do que eventual equívoco.  

 

Para se ter uma correta percepção 

da realidade não se pode abstrair qualquer desses fatores, e sim ter 

uma visão sistêmica do todo. Senão quem pode incorrer em erro e cometer injustiça será o julgador. 

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