Agora
Pois que assim seja, não preciso chegar
a algum lugar, onde estou agora já está de bom tamanho.
Agora não penso em nada a longo prazo, no máximo a curto prazo, de preferência à vista. Tempo e saúde são recursos escassos e não renováveis, não quero investi-los em esforços fúteis.
Cuido de onde e como venho investindo minha energia, para que a felicidade coincida comigo. Já vivi encontros devastadores, agora fico atenta ao disponibilizar meu afeto.
Antes achava que dependia do olhar
do outro para me posicionar no mundo
e que seu amor me fazia mais segura. Agora quero me nutrir de meu próprio olhar e amor e os distribuir a todos
a meu redor.
O estupor não mais me assusta, já sei como sair dele. Agora não anseio encontros efusivos, em vez
de intensidade, quero profundidade.
Não creio em estabilidade, a vida
é uma imensa contingência, assim como o comportamento humano. Só tenho que lidar com o que se apresenta
sem me escravizar pelo eu que erigi mentalmente. Já me rendi ao fato de que sou uma incógnita para mim mesma, agora me busco nas entrelinhas de quem sou.
Vejo a vida acontecendo nos detalhes,
e neles me dedico a viver. Não quero passar mais tempo olhando fotos de quem fui do que observando meu próprio rosto de agora. Em minha volatilidade há consistência de quem sou agora.
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