O olhar do outro
“Nós somos o que os outros acham que somos, precisamos do amor do outro para nos sentirmos um pouco melhor, para a gente se sentir menos inseguro. “ Contardo Calligaris
Fiquei pensando sobre essa afirmação
e o quanto a opinião alheia me influencia.
É preciso ter uma autoestima inabalável para não se afetar com os outros pensam de nós.
Por mais que se queira ser autossuficiente e individualista, não há como negar que o olhar do outro
importa e compõe nossa subjetividade.
Relações felizes têm esse componente, quando há um olhar de admiração de um para o outro e cada um gosta
de se ver por essa lente.
Torna-se nocivo quando a pessoa deixa de ser quem é por acreditar que ela é o que os outros acham dela.
E isso vale tanto para um olhar de encantamento quanto de depreciação.
Tem quem viva de agradar os outros, vende a alma ao diabo para ter reconhecimento alheio, só assim sente que tem valor.
A diferença entre paixão e amor é que
o apaixonado não vê o outro como ele é, o amor sim. Mas não se deve usar o amor ou a paixão como bengala de nossas inseguranças.
Por outro lado, não se pode ignorar o que o outro vê em nós, tanto os defeitos quanto as qualidades, que muitas vezes nós mesmos não vemos.
Muitas amizades ou inimizades são construídas assim.
O importante é não se deixar levar por elogios ou críticas que sejam apenas projeções do outro.
Só o autoconhecimento nos blindará
de interferências nefastas, ou de elogios sem consistência. Ao avaliar o que está sendo dito sobre nós, podemos acolher o que é nosso e desprezar o que não é.
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