Herança

  

Ouvi alguém dizer: “eu sou o encontro 

de duas pessoas”. Nada fez mais sentido para mim, pois vejo em mim aspectos que são de meus pais. De meu pai herdei 

silêncio, introspecção,  

mundo interior fértil, criatividade, mas também repeti o padrão de traição. 

De minha mãe herdei vitalidade, 

determinação, ordem e disciplina, 

mas também agressividade e atitude invasiva. 

 

Sempre ouvi que eu sou a filha 

mais parecida com minha mãe 

e eu tinha orgulho disso. Faço parte 

do campo mórfico do meu sistema familiar que nos uniu por ressonância, tenho 

a família que preciso ter para minha evolução.  

 

Quando olho para quem sou hoje, percebo que herança ancestral não é algo determinante e imutável, acredito que não é isso que meus ancestrais querem 

de mim. Quem veio antes de mim desbravou a densa floresta, cabe-me seguir o caminho deixado por ele para que meus pés deem firmeza ao chão, tornando mais fácil o percurso para quem vier depois de mim. 

 

Hoje consigo separar o que veio 

do meu pai e de minha mãe do que 

é meu e posso devolver a eles padrões 

de comportamento que reproduzo, 

ou integrar as características deles que são compatíveis com quem quero ser. 

 

Penso que meus ancestrais desejam que 

eu descubra e honre minha autenticidade e que quebre o elo de atitudes equivocadas deles, não repetindo 

os mesmos erros, fazendo diferente. 

É o que venho tentando fazer. 

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