Para quê viver?

 

“Muitas pessoas não querem 

se relacionar porque não querem sentir 

a dor da separação.” Outras, porque 

é difícil e desgastante iniciar 

uma relação. 

 

Eu pergunto: para que viver se eu vou morrer um dia? É a mesma lógica. 

Viver importa prazer e dor, 

acertar e errar. A inércia evita a dor 

e o erro, mas exclui a possibilidade 

de prazer e acerto. 

 

Não convém começar uma relação 

já pensando que ela vai acabar, 

nem focando nas dificuldades. 

É certo que o convívio traz atritos, 

mas também possibilita a ajuda mútua, 

o apoio, o suporte em momentos 

difíceis. Se há dor, também 

há prazer e contentamento. 

 

Para a vida valer a pena, é preciso dar um sentido a ela, e um dos sentidos mais significativos é conviver bem. 

 

O sentido da vida baseado em ambição, com a intenção de poder e status,  

é incompatível com o desejo de afeto, porque é individualista a lógica dessa estrutura mental. A incoerência entre sentido, desejo e intenção traz desarmonia e inviabiliza a realização. 

 

A vida precisa de sentido, e o sentido precisa encontrar o desejo. 

Ao desejar um parceiro, a intenção precisa estar voltada a isso,  requer encontrar um sentido para a vida a dois.

 

Para quê viver? É uma pergunta sem sentido porque é voltada para utilidade, como se a vida estivesse a serviço 

dos desejos humanos.  

 

A vida é uma bênção com sentido. 

O desejo é pulsão que a todo momento muda de objeto e pode ser dirigido para uma determinada intenção. Mas não pode ser ignorado, sob pena de minar 

o propósito. 

 

Viver com receio do fim contraria 

a essência da vida que 

é a impermanência. A vida 

é movimento, ficar na inércia é tentativa 

 

de interromper seu fluxo. Todo fim 

é um novo início, essa é a dinâmica 

da vida.  

 

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