Dúvida

 

 

A dúvida é algo que me atormenta, em especial quando envolve afeto. 

Eu me senti ignorada quando tentei dar apoio a um amigo, quando ele estava fragilizado. Tive dúvida sobre o que teria provocado essa atitude, mas não podia interpelá-lo em respeito a seu momento difícil, não sabia como agir a partir 

de então. 

 

O afastamento dele podia não ter nada a ver comigo, podia ser apenas 

um momento em que ele precisava estar recolhido, mas a dúvida me corroía. 

 

Entrei num estado de confusão, tive dificuldade de lidar com a frustração, 

me senti rejeitada, magoada por ele não ter respondido à minha iniciativa, medo 

de perder o amigo.

 

A dúvida demonstrava falta de confiança em mim, na reciprocidade da amizade,  entorpeceu-me o discernimento de tal forma que a resposta podia estar bem ali e eu não via. Perdi a fé em mim e nele.

 

Com tudo isso segui em frente, orando por ele, e esperando o tempo dele de me procurar. Se assim não acontecesse, não haveria nada mais a fazer, não dependeria mais de mim, soltaria qualquer expectativa, deixaria as coisas seguirem seu rumo, preservando a estima que sinto por ele.

 

Ainda que tenha havido desacerto ou equívoco de minha parte, consultando meu coração, não encontrei intencionalidade negativa nesse movimento. Entreguei a Deus e preservei minha alegria de viver.

 

Tempos depois ele me respondeu naturalmente, como se nada tivesse acontecido, como de fato não aconteceu, tudo foi fruto de minha imaginação, resultado de minha insegurança. 

Ou quem sabe foi uma peça que a vida me pregou e eu não achei graça. 

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