Arriscar-se

  

Viver é um risco, há agentes desestabilizadores tanto na natureza quanto na seara humana que podem interferir de forma positiva ou negativa em minha vida. 

 

A impermanência da vida, por si só, já é um fator de risco, pois afasta a perpetuação das circunstâncias, a constância das coisas, as certezas. Para não se viver em estado de alerta, crio seguranças fictícias. 

 

Como todo mundo, eu me arrisco todos os dias dentro e fora de casa, ao agir ou ao não fazer nada; eu me exponho ao perigo ao atravessar a rua, ao dirigir, ao viajar de avião, diante da violência e insegurança urbana. São riscos que já me habituei, porque não posso evitá-los e por terem sido raras as vezes em que eles se concretizaram. 

 

Mas há riscos que muitos não conseguem encarar. Risco de uma empreitada malsucedida, de um relacionamento não prosperar, de planos fracassarem. O medo irracional da efetivação do perigo  às vezes me paralisa, porque superdimensiono as chances de malogro, influenciada por experiências passadas. 

 

Para mim, o maior risco está na inércia, na inatividade, na falta de iniciativa, na procrastinação, porque vão contra o movimento da vida, e pode resultar em desequilíbrio, frustração e arrependimento de perder uma possível oportunidade, talvez a única. 

 

Por mais que tenha medo de que determinados eventos negativos se repitam, prefiro me aventurar, correr o risco da derrota do que ficar imaginando como seria se eu tivesse agido. 

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