Cicatrizes

 

 

De algumas lesões na pele durante 

a infância, tenho marcas até hoje, 

a maioria é só uma mancha. 

 

Assim acontece quando sou ferida emocionalmente. Como ocorre 

no processo de cicatrização física, 

o nível de profundidade do machucado emocional vai determinar o tempo 

de cura. No entanto,  se novo atrito acontece sobre a ferida, ela se abre 

e exige novos cuidados. 

 

Há machucados que acontecem 

num impacto único, outros vão 

se formando pelo atrito continuado 

ao longo do tempo, ambos podem 

ser rasos ou profundos, 

a depender do que eu faço com 

a pancada, se eu me preparo para minimizá-la  e me restaurar  

ou se eu a absorvo e a retenho. 

 

Quando a dor afetiva é visível, é possível valer-se de um curativo eficaz como 

o desapego e o perdão. A lesão oculta, esquecida, jogada no inconsciente 

é a mais difícil de sarar, porque ela 

recrudesce a cada vez que se repete golpe semelhante. Não há como medicar aquilo que não está na consciência. 

A ferida não tratada provoca uma chaga na alma e traz consequências somáticas. 

 

Preciso reposicionar-me diante da dor, observar as falhas de autorregulação emocional, sair da vitimização, ressignificar o ocorrido, investigar como  contribui para o desfecho danoso. 

 

A cicatriz emocional é a resposta da  mente saudável diante de choques afetivos. Quanto mais rápido a lesão for tratada, mais rápida a cicatrização acontecerá. 

 

Cada escoriação revela um ponto 

de fragilidade e cada cicatriz conta 

uma história de superação. Quanto mais me fortaleço diante dos embates da vida, mais flexível e forte se torna o tecido emocional, menos mossa deixa 

o impacto. 

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