Auto traição

  

Quando me senti traída pela primeira vez, entrei na vitimização, sentia-me uma fracassada, minha autoestima esfacelou-se. Não me conformei, fui à luta, “salvei meu casamento” à custa de reprimir a mágoa e de ferir meu amor-próprio. Como era de se esperar, o relacionamento não sobreviveu.

 

Depois de muito investir em me conhecer, superei essa crise e me sentia pronta para um novo relacionamento. Não estava, o parceiro era outro, mas o padrão era o mesmo. Dessa vez investiguei como contribuí para que entrasse uma terceira pessoa entre nós. Conversamos horas a fio, cada um assumiu o seu erro e nos demos uma chance. Mesmo assim, a traição se repetiu. 

 

Foi quando percebi minha auto traição. Porque meus pais não eram felizes eu não me achava no direito de ter um casamento afortunado. Enquanto eu me movia para um encontro bem-sucedido, meu inconsciente emanava vibrações opostas. Agora eu sei que a forma de honrar meus pais não é repetindo seus passos, e sim sendo feliz.

 

Cheguei à conclusão de que nunca fui traída, já que de alguma forma eu sabia onde estava entrando, com quem estava lidando. O parceiro correspondeu às expectativas da parte do meu ser que queria ser punida. Houve, sim, uma quebra recíproca do acordo de fidelidade feito pelo lado consciente de cada um. Enquanto ele me traia, eu traia a relação não me entregando a ela. 

 

Mesmo sabendo de tudo isso, ainda não me sinto pronta para um novo relacionamento enquanto não curar a auto traição, que se tornou um comportamento condicionado, automático, um reflexo. 

 

O bom do constante aprendizado de mim mesma, é que me libero de mágoas e ressentimentos, e com isso posso soltar o passado e viver no presente. Mas só atrairei o parceiro compatível com o anseio de minha alma quando mudar meu padrão energético. Além da ajuda divina, preciso de tempo e trabalho para 

a autocura. Uma pessoa doente não pode atrair um são.

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