Meu reflexo
Meu reflexo
Alguém me sugeriu não perguntar o que sinto pelo parceiro, perguntar o que ele me faz sentir. Tive um relacionamento em que o parceiro ativava em mim o que eu tinha de pior. Um dos motivos que me fez sair da relação foi o de que eu não gostava da pessoa que me tornei em
sua companhia.
Após um tempo descobri que isso acontecia pela ressonância que havia entre nossas más inclinações. Quem sabe eu teria crescido como pessoa se estivesse fortalecida o suficiente para evitar sucumbir com tais estímulos.
Mesmo à distância, e talvez até por isso, tenho aprendido sobre minhas sombras, como reajo diante de provocações, de violações que também pratico, como pago com a mesma moeda, embora pareça ser diferente.
Não sei como me comportaria agora, depois dessa investigação sobre mim,
há muito não tenho companhia. Pelo menos a consciência de como ajo
a cada dia se expande e me mostra as variadas formas em que
meu eu inferior se manifesta, muitas vezes mascaradas de boas intenções.
Qualquer relacionamento tem valor, na medida em que reflete tudo que sou.
O incômodo que o parceiro me causa revela projeções que faço nele,
e aponta aquilo que não vejo em mim.
Agora entendo que nunca fui vítima de ninguém, a não ser de mim mesma,
ao fazer escolhas que me levaram ao sofrimento, para que eu me conheça além dos defeitos, pois ao atravessá-los pude ver as qualidades que me ajudaram a superá-los. Por isso sou grata a todos aqueles que serviram de espelho para mim.
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