Idealização e projeção


 

À vida toda adotei um modelo ideal 

de perfeição, fixei ele como máscara, 

e me movia a partir dele. Também queria que as pessoas correspondessem 

a esse modelo que eu projetava nelas. 

Essa atitude só me trouxe sofrimento 

e desilusão.  

 

Por essa razão, demorei a encontrar 

o meu verdadeiro eu, as qualidades 

e talentos que me eram inatos. 

 

Desde jovem eu vivia no mundo 

da fantasia, acreditava que 

os relacionamentos dos romances existiam. Muito cedo a decepção 

me tomou e tive que encarar a realidade avassaladora. 

 

Por outro lado, testemunhei casais que 

se davam bem, onde havia carinho 

e respeito. Mas não foi essa 

a realidade de minha família nuclear, talvez por isso mesmo mergulhei 

na ilusão.

 

Hoje convivo com meu eu real, com 

suas qualidade e defeitos. Máscara 

só uso a social, quando estou em contato com pessoas que não tenho intimidade. 

 

Mas não posso dizer que abri mão 

da ilusão, até porque quando se trata 

de afeto ainda tenho dificuldade 

de distinguir o que é real do que não é. 

 

Não quero que a desilusão me torne amarga e descrente do sonho. Ainda que seja difícil, não é impossível o encontro amoroso e saudável, desde que ambos estejam dispostos a se conhecerem mutuamente e a aceitarem o par do jeito que ele é. Por isso continuo a sonhar, embora me esforce em não idealizar nem fazer projeções. 

 

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