Resignação e Resiliência - Virgínia Leal


 

Resiliência e Resignação

Virgínia Leal

 

Você sabe quando algo não pode mudar e é preciso aceitar essa condição e quando pode ser superado e é preciso desenvolver resiliência?

 

            Em tempos de crise, onde a vida ou a sobrevivência estão sobre constante  ameaça, é comum as pessoas se abaterem e desanimarem. Algumas se entregam à apatia, prostração e descrença de que possa fazer algo a respeito. Esse estado de desengano ou desespero só piora as coisas.

 

            Precisamos acreditar na benignidade da vida, cuja impermanência traz mudanças que nos favorecem. Se usarmos apenas a razão para analisar o contexto que nos oprime, podemos concluir que não há saída. Isso ocorre porque nossa mente não alcança a realidade em sua inteireza e por essa razão não é capaz de vislumbrar possibilidades de solução. É preciso ir além do que a mente pode oferecer.

 

            Há um caminho para lidarmos com a adversidade preservando a nossa saúde emocional e psicológica. É preciso desenvolver resiliência e resignação. Resiliência para transformar o sofrimento em ação. Resignação para não dar murro em ponta de faca, para aceitarmos aquilo que não podemos mudar, ainda que momentaneamente.

 

            A resiliência é a força que nos mantém de pé, mesmo quando a dificuldade é maior que nós. Ela equilibra o emocional para que possamos analisar a situação com clareza e buscar alternativas para combater em sua fragilidade a adversidade, o contexto, o cenário desfavorável, há sempre um ponto fraco.

 

            A resignação é indispensável ao se constatar a impossibilidade de mudança na forma como desejamos, para que não gastemos tempo e energia que poderia ser usado naquilo que podemos mudar.

 

            É preciso não confundir o improvável com o impossível. O improvável pode acontecer, o impossível não. Se há a mínima chance de mudança, é preciso lutar por ela.

 

Outra coisa que é preciso desenvolver é a paciência para o tempo das coisas. Há uma ciência desconhecida na condução dos eventos e seus desdobramentos que resulta na inutilidade do controle. Nossa responsabilidade é por em movimento uma iniciativa ou atitude, uma ação e aguardar o tempo necessário para que os resultados aconteçam.

 

Precisamos nos desapegar do desejo como o concebemos porque muitas vezes o que o queremos não é a melhor alternativa, e porque não nem sempre compreendemos a forma como o direcionamento das ações  acontece. Devemos confiar na sabedoria da vida, que sempre acerta.

 

Para enfrentar a crise é preciso desenvolver competências como resistência e capacidade de superação; transcender o sofrimento com uma postura positiva e proativa em busca de soluções. Ter humildade para reconhecer a capacidade e os limites de cada um. Manter-se com otimismo em movimento e focado no desafio do dia ou do instante. Ser capaz de acreditar que tudo passa, que uma hora vai dar certo e de vislumbrar um futuro melhor. E ter a consciência de que há coisas que não dependem de nós, e há coisas que é preciso fazer acontecer.  

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