Entre devaneio e divagação
“Eu não sou uma sonhadora. Só devaneio para alcançar a realidade.” Clarisse Lispector
A vida toda oscilei entre devaneio e divagação. Uma fala pode ser o gatilho que me transportará a lembranças ou a pensamentos encadeados sem fim.
É preciso que algo me puxe de volta para interromper essa linha de pensamentos quase hipnótica.
Outro estímulo ou gatilho pode me conduzir a um mundo imaginário pleno
de encantamento, a um enredo de faz
de conta, que me preenche de algo indescritível e suave, como águas mansas de um lago.
O que o devaneio e a divagação têm em comum é o dom de me tirar do presente
e me transportar a uma dimensão fora
do tempo, onde as lembranças criam vida e a fantasia é tão real que poderia tocá-la.
Sei que a divagação me tira do foco
e o devaneio me afasta o pensamento lógico. Mas é através deles que encontro respostas para meus questionamentos mais aflitivos e me sossegam o coração. Sempre que volto ao presente sou outra pessoa, com percepção ampliada.
e desapegada das coisas do mundo, ainda que seja apenas por um instante.
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