Utilitarismo

  

O egoísmo pessoal, o comodismo, a falta de generosidade, as pequenas cobardias do quotidiano, tudo isto contribui para essa perniciosa forma de cegueira mental que consiste em estar no mundo e não ver o mundo, ou só ver dele o que, em cada momento, for susceptível de servir os nossos interesses.” 

― José Saramago

 

O utilitário prioriza a utilidade das coisas. Toda relação que tem é pautada na serventia das coisas ou das pessoas.

 

Em sendo assim, pessoas e coisas “valem o quanto pesam.” Coisas e pessoas não têm valor em si mesmo, mas se e enquanto for útil. 

 

Com a instalação do consumismo, 

o germe do utilitarismo contaminou 

a maioria das pessoas. 

 

Chega ao extremo das relações afetivas  serem pautadas no que o outro é capaz de oferecer, o afeto fica em segundo ou terceiro plano.  

 

Assim como qualquer produto que não serve mais para o uso, as pessoas são descartadas quando deixam de atender o interesse de quem as usam. 

 

A natureza precisa ser preservada para continuar a serviço da humanidade, Deus existe para atender os pedidos humanos.

 

As pessoas só conseguem ver aquilo que as interessa, coisas e pessoas “inúteis” são ignoradas. Por essa razão, pais idosos são abandonados. Chegou-se ao ponto de não se ter filhos porque o custo é alto e dão muito trabalho. 

 

Imagine se Deus nos avaliasse de acordo com esse critério. Nenhum de nós se salvaria porque, na maioria do tempo, não estamos atendendo a Vontade Dele.

 

Com muita razão, padre Fábio de Melo afirma que só vamos saber se somos amados quando não tivermos mais utilidade. 

 

Tenho refletido sobre o quanto o utilitarismo está impregnado em mim e o quanto tenho resistido a agir a partir dele. É uma tarefa difícil e desafiadora, mas não impossível. 

 

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