Viajante de mim
Minha jornada não tem fim, sou
peregrina de mim. Sou embrião
em gestação, preparando um novo indivíduo.
Despojada de mim, não tenho rosto
nem corpo, sou uma amálgama flexível,
Entregue ao tempo que remodela
o que se desmanchou.
Desgarrei-me de mim, sem cais para
me atracar. Sigo com essa dor latejante
de parto, me esforçando para renascer.
Continuo viajando sem eira nem beira, sem identidade, sem saber quem serei,
sem conhecer-me o destino, mas confiando no fluxo da vida
e na sua sabedoria. Já fui e voltarei a ser um porto seguro, hoje é só mais uma possibilidade.
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