Imagem projetada

 

Tive três relacionamentos importantes na vida, e nos três não era com o parceiro que eu achava que interagia. No primeiro, foi com um príncipe de contos de fadas, o segundo com a projeção de meu pai, e com o terceiro foi com o seu potencial, o que ele poderia vir a ser.

 

Projetei nos parceiros uma imagem idealizada de quem gostaria que eles fossem, e quando a expectativa não se cumpriu, perdi o interesse neles. 

 

A projeção foi fruto do voluntarismo, do desejo imaturo de fazer valer minha vontade. Não tive curiosidade em conhecer o homem com quem compartilhei a vida, tentei manipulá-lo para que ele coubesse no molde que criei. Queria que ele pensasse, sentisse e agisse conforme minha vontade. Com essa pretensão, cada um dos relacionamentos já começou fadado 

ao fracasso. 

 

 

O pior de tudo é que eu me ressentia e me vitimizava por ele ser quem ele era, por ele não cumprir minhas exigências.

 

Demorei muito para entender que essa foi a principal razão que me levou à separação, tal razão era encoberta por outras secundárias. 

 

Hoje, ainda que eu veja algo promissor em alguém, sei que é apenas uma expectativa de futuro, que pode não se concretizar. O que convém me perguntar é se essa pessoa me interessa, se me atrai pelo que ela é agora, se quero conhecê-la a partir do que ela manifesta hoje.

 

Uma relação verdadeira só existe ao renunciar à projeção da ilusão e ao aceitar a realidade das pessoas, sem por nelas máscaras ou adornos.  

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