Excessos
“Exagerado, jogado a seus pés, eu sou mesmo exagerado.” Cazuza
Tudo em mim transborda, por isso não caibo em nenhum padrão.
Minha alegria beira à euforia,
minha tristeza se avizinha à depressão, raiva converte-se em ira, medo torna-se pânico.
Os filmes me comovem a ponto de doer.
A beleza me enternece. Engordo,
na ilusão de que o aumento de volume pode me conter. Eu vejo mais além, percebo o que não posso descrever
em palavras.
Minha sensibilidade é intensa, sinto através dos poros, meu sangue ferve,
o coração acelera, me arrepio os pelos, sinto com todo meu corpo.
Tudo em mim é demais, então congelo,
a paralisia me domina, me deixa estática. Alterno entre excessos e não sentir.
Sinto intensamente, às vezes dramatizo. Mesmo assim me sinto viva, vibrante, energizada.
Me pergunto como saber o que é “normal” e o que é excesso, quais são
os parâmetros, tendo quem ou o quê como referência, com base em quê.
Me pergunto se os excessos em mim escondem a falta que não quero ver.
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