Desconfiança

 

 

Sobre isso, há em mim um paradoxo. 

Não confio de cara, preciso de um tempo de observação. Por outro lado, há pessoas que me inspiram confiança sem que eu tenha nenhum parâmetro. 

 

É possível que eu já tenha tido uma boa experiência espiritual com elas sem nem mesmo conhecê-las. Mas pode ser também que elas me seduziram e eu perdi o discernimento, eu me apaixono fácil. 

 

O meu nível de confiança nas pessoas, no mundo e até mesmo em mim é revelado quando vou dormir. Sou tomada por pensamentos circulares de algo que nem sabia que estava me perturbando. 

O tão conhecido “se” me toma, e aí há uma desconfiança generalizada e irracional. 

 

Quando isso acontece, procuro na mente o que está por trás da suspeita, o que realmente temo. Quando não encontro resposta, busco na memória lembranças agradáveis, mas isso não evita que eu acorde sobressaltada mais de uma vez na noite. 

 

Tenho desconfiança nos outros porque não confio em mim, porque receio fechar os olhos para a verdade, porque temo o auto boicote.

 

Tenho desconfiança de mim porque já me deixei trair, ou melhor, já pratiquei auto traição.

 

Eu sou a vida e ela vive em mim. Se desconfio de mim, como posso ter fé na vida?

 

Venho tentando mudar essa atitude, invertendo a forma de pensar, partindo do pressuposto que todos são de boa fé, sem descuidar de me manter atenta a eventuais sinais indicativos de desvio de conduta. 

 

A desconfiança ameniza quando eu a entrego a Deus. 

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Amante imaginário

Falando de amor