Neurose

 

“Neurose e paranoia são lentes para ler o mundo cuja armação tem duplo sentido.”

Paulo Ricardo Zargolin

 

Ouvi em uma rede social um conceito de neurose muito esclarecedor (@cleveabreu), “a neurose é a permanência do infantil, na idade adulta.”

Todos nós temos uma dose de imaturidade, portanto, todos somos neuróticos. 

 

Ela acarreta mecanismos de defesa, como a histeria, fobia e obsessão. 

Neurose é a forma que a criança encontrou de se defender ou para sobreviver emocionalmente a eventos que a afetaram fortemente. 

 

Há outros mecanismos de defesa como agressividade, submissão e retirada emocional. Orgulho, obstinação e medo também são defesas emocionais.

 

Entendo que, como toda pessoa tem um aspecto imaturo em sua personalidade, a neurose é comum a todos, variando apenas na forma e no grau. 

 

Creio que deve haver uma linha divisória tênue entre a neurose constitutiva e a patológica. 

 

Penso que quanto mais a neurose afastar a pessoa de seu ser essencial, mais propenso à patológica será.

 

A minha ferida infantil foi de desamparo, isso me fez tentar não depender de ninguém, adotar uma postura de autossuficiência, tendo por defesa o orgulho no primeiro momento. A defesa era para me proteger da dor de não ser protegida. Com o passar do tempo, usei de outros recursos quando o orgulho não surtia efeito, como obstinação e medo. 

 

Hoje tenho consciência de que esses mecanismos são nocivos, porque a barreira criada não evita a dor, além 

de me distanciar de mim. 

 

A cada dia, fico atenta aos conteúdos inconscientes que me chegam e das memórias remotas, e tento não fugir delas, mas enfrentá-los, suportando a dor curativa. 

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