Futuro pueril

 

Quanto mais envelheço, menos importância dou ao futuro, mais constato que ele é um artifício mental para não ficar inteira no agora. 

 

Percebo que o futuro é feito de esperança pueril ou ameaça despropositada. É algo inalcançável, pois é feito de expectativas e projeções infundadas. 

 

O futuro só existe na mente enquanto ideia, é algo que não se materializa, por não ter substância, consistência nem vitalidade. 

 

O tempo se movimenta de tal forma que passado, presente e futuro coexistem. Há um intervalo de tempo entre a percepção ótica que temos e o tempo do evento que testemunhamos. Há um tempo para a imagem chegar em nosso cérebro e de processarmos essa imagem. Assim, o que vemos já é passado manifestado no presente. E se projetamos essa imagem no tempo, já passa a ser futuro. 

 

Quanto mais envelheço, menos tempo tenho de vida, menos valor dou ao futuro.

Em vez de olhar para o horizonte, olho o meu entorno, em vez de planejar, sigo o fluxo do que se apresenta.

 

Quanto mais envelheço, sei que posso não acordar no dia seguinte. Posso ter surpresas boas e ruins, posso ter saúde ou ficar enfermo, alegrias e tristezas, mas tudo isso acontece no presente. 

 

Como diz o velho ditado: “o futuro a Deus pertence”. O futuro é o resultado do que penso, sinto e faço no presente. Mas essa equação pertence a Deus. 

 

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