Angústia
Há quem diga que a angústia é o único sentimento que não mente. Eu identifico
a angústia como mal-estar com sintomas como aperto no peito, tristeza, sensação de vazio, intranquilidade.
São sintomas muito semelhantes com
a ansiedade, e muitas vezes as duas vêm misturadas.
O que diferencia a angústia da ansiedade é que a ansiedade é medo do futuro
e a angústia é a incapacidade de estar
no presente.
Eu já passei pelos três estágios da angústia definidas por Kierkegaard (referência feita por Pondé), a saber:
Tentei afastar a angústia ao buscar sensações de prazer, como o consumo, não funcionou, quando eu adquiria o que queria, ficava entediada.
Entrei na fantasia de que era uma pessoa boa, e me desesperei quando me vi imperfeita.
Busquei alento na religião, mas ela não me preencheu porque não consegui
me submeter aos dogmas, queria ter liberdade de pensar e escolher.
Tentei usar a fé como lenitivo da angústia, mas a fé não serve para isso, a fé
é a confiança de que há um poder superior que me criou e que quer
minha evolução, mas que não aliviará o que preciso sentir, nem os percalços que preciso passar.
Foi então que percebi que a angústia
é constitutiva e inerente à minha natureza, e que eu preciso aprender
a conviver com ela.
Christian Dunker explica que a angústia decorre da liberdade de ser, de escolher e de decidir, porque muitas são as opções, e quando não conseguimos decidir, nos deparamos com o vazio do abismo.
Diz, ainda, que a angústia
é a impossibilidade de estar, daí a razão do mal-estar. É a impossibilidade de estar aqui e agora, inteiro, sem precisar pensar ou agir.
Afirma também que a angústia não é perspectiva nem retrospectiva é a experiência do presente.
Percebo que fujo de simplesmente estar, e essa é a origem da angústia que
me leva ao abismo do vazio, é um mal-estar sem motivo ou objeto.
Aprendi que a angústia não pode ser afastada ou curada, ela faz parte de mim, e a melhor forma de lidar com ela
é aceitá-la e aprender a conviver com ela.
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