compulsividade
“Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma.” Coríntius, 6,12
Tenho em mim o gene do vício. Suponho que em vidas passadas tenha sido uma dependente inveterada.
Meu corpo foi abençoado e protegido contra o vício do fumo e do álcool, mas não consegue evitar outras dependências.
Há em mim uma tendência a ser dominada quando algo que me fascina, em detrimento de coisas importantes e prioritárias.
Vivo intensamente esse deslumbramento até me exaurir ou perder o interesse. Então parto em busca de outra coisa que me dê satisfação semelhante.
É um padrão de comportamento que exacerba o prazer de tal forma que exclui qualquer outro interesse. Há uma linha tênue entre o entusiasmo sadio e a exaltação doentia.
Depois que me apaixono por algo, sou movida por um impulso irresistível, de tal forma que até o que é benéfico se torna destrutivo. Esse euforia é próprio do distúrbio da vontade descontrolada.
Ultrapassada essa fase, passei a ter compulsividade por algo que me recompense. O gatilho da compulsividade é a ansiedade. Já fui compulsiva pelo trabalho, hoje acontece no distúrbio por comida e por consumo.
A atitude compulsiva me traz alívio da ansiedade, imediato, mas passageiro.
Como todo o vício, a partir da primeira sensação de satisfação não tenho mais controle sobre minha vontade.
Eu percebo a compulsão como uma vontade aleatória, movida pela corrente de pressão, que tenta bloquear o fluxo natural da ânsia sadia e assim a vontade insana seja satisfeita.
Assim como qualquer vício, preciso suportar o período de abstinência, e isso importa em resistir ao mal-estar da ansiedade.
Já tenho consciência da minha condição e de como ela funciona. Quero acreditar que a compulsão poderá ser controlada quando eu conseguir amenizar a ansiedade e vencer o medo irracional.
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