Chegadas e partidas
“Coisa que gosto é poder partir sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar quando quero” Encontros e despedidas – Elis Regina
Há em mim nostalgia, saudade de quem já fui um dia.
Saudade do riso frouxo, do encantamento, de me surpreender, da paixão que me animava, do otimismo esperançoso, das certezas que me moviam.
Não planejava, não sabia o que era o futuro, tinha a mente imaginativa, o fascínio diante do espelho, todo dia era uma aventura.
Nesse meu mundo partia e voltava quando queria, mergulhava no sonho e navegava nas águas puras do viver.
Não sei quando nem por quê essa atmosfera se poluiu, entre minhas chegadas e partidas só havia o hiato da dor.
Do trem da minha vida não descia, ficava entre vir e partir, ir sem volta e voltar sem querer ficar.
Não tinha chão, destino nem paradeiro, só desventuras. Esqueci o ser e acreditei que conquistas me trariam alento.
Agora me dedico à tarefa arqueológica de procurar vestígios do tesouro perdido, para estudar o que pode ainda ter valor no caminho que agora trilho.
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