Sombras
“Eu sou uma casa, está escuro dentro de mim. Minha consciência é uma luz solitária, uma vela ao vento, ela vacila às vezes aqui, outras alhures, e todo o resto está nas sombras, todo o resto reside no inconsciente. Freud – Netflix
Antes de iniciar minha busca por mim mesma, não sabia nada sobre as sombras. Desconhecia que o que há de mais verdadeiro em mim está no inconsciente.
É incrível como a mente seleciona e exclui tudo que é indesejável. Não sei se é obra da mente ou do ego com a ajuda dela.
Eu ignorava que não adianta jogar nas sombras aquilo que precisa ser visto, uma hora a luz penetra, a sombra se dissipa, e o que estava escondido é revelado, ainda que disfarçado de sintomas, de “atos falhos” que mostram um lado indesejável que eu acreditava não ter.
Carl Jung disse: “Até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida e você vai chamá-lo de destino.
Eu acreditava que a máscara que preguei no rosto escondia minhas faces feias que eu nem lembrava que tinha. Só que não existe máscara perfeita, ela sempre deixará brechas por onde as sombras se mostrarão.
No filme Freud, o protagonista que é ele mesmo diz: “Elas dançam à nossa volta na escuridão, nos atormentam e interferem, elas assombram e sussurram.”
Ao aprisionar memórias que não quero lembrar, também detenho dons, talentos, qualidades. Dessa forma, prejudico o desenvolvimento do potencial que até mesmo ignorava existir.
À medida que permito que emerja conteúdos do inconsciente, descubro aspectos que são meus.
Não estou dizendo que já conheci todo o conteúdo do inconsciente, isso é trabalho para várias encarnações, mas estou aberta para receber o que vier de lá.
Há um paradoxo no processo evolutivo: Para eu mudar preciso antes aceitar como sou agora. Não posso mudar aquilo que não se conheço e que não está integrado ao meu consciente.
É um trabalho árduo e difícil, mas libertador. Com o tempo, ele se torna menos difícil e mais fácil será aceitar e integrar as sombras.
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