Intimidade comigo mesma
“ Intimidade é deixar ser, fluir aquilo que se é, sustentar aquilo que se é, é a gente estar muito à vontade com aquilo que a gente é.” @639app
Costumava pensar em intimidade como
“a combinação de proximidade emocional e física, ou pode ser mais centrada na confiança e no compartilhamento de sentimentos.” (visão geral criada pela IA)
Não tinha, ainda, visto a intimidade por essa perspectiva, intimidade comigo mesma.
No passado vivia desconectada de meu corpo e de minhas emoções, não tinha consciência corporal e congelava emoções. Isso explica as crises de depressão que passei ao longo da vida. Sem desconsiderar a definição clínica de depressão, para mim depressão é a recusa em aceitar a realidade como ela é.
A minha depressão incluía ansiedade. Ora meus olhos estavam voltados para o passado, ora voltados para o futuro. Esse foco era direcionado pelo medo, medo de acessar meus erros, medo do que me reserva o futuro.
Como eu poderia ter intimidade comigo mesma se nunca estava presente?
À medida em que fui me trabalhando, tanto o corpo quanto as emoções, passei a ter momentos de presença, ter consciência de como estava aqui e agora.
Nasci com uma dificuldade maior em focar em mim mesa, por ser portadora de TDAH. Esse tipo de transtorno me projeta para o futuro, além do que me distrai porque a mente é inquieta.
Foi preciso que a dor gritasse para meu corpo ser ouvido, dor que irá me acompanhar até o fim. Hoje já percebo qualquer desconforto corporal, momentos de bem-estar, necessidade de descanso. Já é um grande passo.
Foi preciso minha sensibilidade se intensificar para eu perceber o estado de confusão mental, o torpor, a dispersão e momentos de clareza que me traziam a sensação de me entender naquele momento.
Não sei se a dor e a sensibilidade excessiva é o caminho mais fácil para estabelecer intimidade comigo mesma. Acredito que foi a única alternativa que minha alma encontrou para me salvar de mim mesma.
Gosto de pensar que intimidade comigo mesma é um estado de consciência que me mantem em contato com meu corpo e minhas emoções. Está cada vez mais fácil ou menos difícil voltar a esse estado de percepção quando me desvio em distrações próprias de quem tem TDAH.
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