O eu essencial

 

“Quantos defeitos sanados com o tempo
eram o melhor que havia em você?” Oswaldo Montenegro

 

Eu já descartei como minhas algumas características que me são inerentes, só por me desagradar.

 

O que me é intrínseco não pode ser abolido, ainda que se vista de imperfeição. 

 

Já tentei erradicar a alegria, esconder a beleza engordando porque achava que isso evitaria predadores. Já abafei a criança que há em mim, por julgar não haver lugar para ela no adulto. Já tentei negar minha inocência, para não ser alvo de manipulação. 

 

Assim como côncavo e convexo são lados da mesma moeda, a impulsividade pode se converter em entusiasmo, a euforia em alegria genuína, o senso crítico em perspicácia, suscetibilidade em sensibilidade, ser influenciável em estar aberto a novas perspectivas. 

 

Tudo isso faz parte de minha identidade mais íntima e genuína, e são apenas aspectos sombrios desviados da

constituição essencial. 

 

Se quero conhecer o eu essencial observo aquilo que me desagrada, e por que me sinto assim. Por trás dessa negação há um tesouro a ser descoberto que é meu. 

 

 

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