Coragem de ser rejeitada
Enquanto nossas ações são baseadas em escolhas racionais, o mundo interno age à nossa revelia e influencia nossas atitudes. Quantas vezes não tomei uma iniciativa por medo de ser rejeitada, sem ter consciência disso. Havia uma trava que me impedia de seguir, mas não sabia o que era.
Por outro lado, tomei atitudes que pareciam ser coragem e não era.
Na infância eu corria o risco de ser desaprovada ao desobedecer a meus pais. Na adolescência, os afrontava acintosamente. Atitude de rebeldia não é o mesmo que ter coragem de ser rejeitada.
Paralelamente, queria a aprovação deles, e negociava abrindo mão muitas vezes de quem eu era.
Na fase adulta, procurava agir da forma que eu achava que os outros esperavam de mim, atuava usando uma máscara que escondia aspectos por mim indesejáveis.
Foi difícil renunciar a esse personagem e mostrar a cara lavada. Em compensação isso me ajudou a descobrir quem me aceitava do jeito que eu era e quem me cobrava a manter o comportamento falso.
À medida em que fui me conhecendo, a opinião dos outros não me influenciava tanto quanto antes, agora sei quem eu sou.
Ainda dói ser rejeitada, mas estou consciente de que o que outro sente diz respeito a ele, e se ele se decepcionou comigo é porque não enxergava o que eu revelava pelas frestas da máscara.
Ter coragem de ser rejeitada é ter coragem de ser autêntica, a despeito dos riscos que isso acarreta. Ficará comigo quem é capaz de me ver e me aceitar como sou.
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