Fuga
A fuga
“Quando Freud diz que fugir é o instrumento mais seguro para se cair prisioneiro daquilo que se deseja evitar, ele nos ensina que não há para onde fugir.” Laura Brito
Fujo, de quê? Quase sempre é de mim mesma. Às vezes fujo da vida por medo da morte. Fujo das experiências para não sentir.
Por quê? Porque não sustento minha própria presença, por medo de mim. Porque desde sempre fujo sem razão, sem motivo.
Para quê? Para não me encarar, não me confrontar, para fugir da angústia e da ansiedade.
Para onde? Fujo sem destino, para um esconderijo fora de mim, procuro um lugar onde me sinta segura e protegida não sei de quê.
A fuga é um hábito arraigado, às vezes tão sutil, que nem a percebo acontecendo. É um bumerangue que jogo para longe e ele volta para mim.
É como um moinho que uso para moer a vida, para ela ser mais fácil de mastigar, no entanto só me sobra bagaço.
Um moinho que só irá parar de girar quando eu me mover adiante, sem olhar para trás, sem tentar reter ou me esconder.
Quando eu finalmente tiver respostas para as perguntas: de quê, por quê, pra quê, dentro de mim.
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