Saber-me Singular- Virgínia Leal


Ao limpar a lente da ilusão,

vi-me única, diferente, diversa.

Saber-me é bênção e maldição.


Bênção, pela consciência de mim mesma,

do que eu sou, de que sou feita.

Maldição, pelo ônus de me afirmar no mundo.


Bênção ao me ver parte do todo,

da rede que tece o UM .

Maldição, por viver num mundo de ilhas. 


Bênção, pela solidão afirmativa de mim mesma.

Maldição, pelo estranhamento que exila 

a genuinidade.


A derradeira benção é de saber da provisoriedade

da maldição, 

que caminha para a conversão em benção

com os passos da aceitação e do amor.

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