A Relação do Ser Humano com a Vida - Virgínia Leal
O ser humano vê a vida separada de si mesmo, como algo que apenas confirma sua existência, que tem suas próprias leis, que atua a partir delas e que é alheio à vontade humana. No que se refere à vida pessoal, muitos acreditam que ela é regida pelo determinismo, fatalidade ou ainda pelo acaso.
Na verdade, há uma estreita ligação entre a vida e o ser humano. A vida é uma substância maleável, plástica e moldável, a mesma substância da alma. É quem liga a alma à matéria. É ela que anima o corpo físico e manifesta a consciência. É quem une a alma ao corpo. A vida responde àquilo que a consciência acredita que ela seja. Nós plasmamos nossa realidade interna e externa através de pensamentos, sentimentos e atitudes. Estes serão direcionados de acordo com os conceitos e crenças que interiorizamos. Se acreditamos que a vida é nossa inimiga, assim ela será.
O inconsciente está permeado de crenças e conceitos equivocados, muitas vezes contrários ao que acreditamos. Enquanto não os trazemos para o consciente, é através deles que modelamos nossa vida. Isso é percebido através de um clima emocional sutil de pessimismo, negatividade e ausência de sentido. Há um não interior à vida que é preciso descobrir.
Estar vivo é ser capaz de responder a estímulos, de se permitir afetar e ser afetado pelas pessoas e pelos eventos. É a habilidade de sentir. Quando amortecemos os sentimentos por medo de viver, perdemos a vivacidade, o tônus, a pujança, perdemos vida. O desconforto gerado pelo entorpecimento, nos impele a criarmos falsos sentimentos, para nos sentirmos vivos. Vivemos, então, uma vida falsa.
Para ter uma vida autêntica é preciso tornar consciente as crenças e conceitos equivocados sobre ela, os falsos sentimentos e permitir o livre fluir dos sentimentos verdadeiros. Isso é possível pelo poder de observação e percepção, comum a cada um, à forma como respondemos à vida e se perguntando o que está por traz dessa construção.
É preciso tornar consciente o que criamos, assumir a responsabilidade pelo que manifestamos e criar realidades mais promissoras e prósperas. Há que ser arquiteto do próprio destino e criar novas formas de vida que correspondam aos anseios da alma. A nossa vida é a cartografia de quem somos. Que ela seja bela e feliz.
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