Vulnerabilidade

  

Houve um tempo em que eu me julgava forte porque não me deixava abater, evitava ser afetada pelo que quer seja, sentia-me inabalável. Entretanto, tinha episódios cíclicos de adoecimento, assim como perdia o controle emocional em situações inusitadas. 

 

Com as experiências trazidas pelo tempo, fui percebendo que eu era tocada 

pelas pessoas e acontecimentos, mas evitava sentir os estímulos sensoriais correspondentes, me distanciando emocionalmente. Eu era uma autômata, comandada pela mente, dissociada 

do coração.

 

Confundia vulnerabilidade com fragilidade, com fraqueza. Agora eu sei que ser vulnerável potencializa o vigor, pois corpo e mente precisam de incitação para manterem-se ativos.  

 

É na vulnerabilidade que eu afirmo minha força, desenvolvo resiliência para lidar com a impermanência da vida. A fragilidade se dá justamente quando me alieno dos efeitos provocados pelas interseções, pelos encontros, pelos eventos. Quanto mais exercito 

a vulnerabilidade, mais educo minhas emoções, menos fico sujeita a rompantes explosivos. 

 

Estar vulnerável é um ato de coragem, pois exige baixar a guarda, sair da zona de conforto, assumir riscos, abandonar o controle, ficar exposta. 

 

Nessa condição eu estou suscetível ao que se apresenta, sentindo o que é para sentir, vivendo na fluidez da vida. 

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