Meu


Passei tanto tempo convivendo com 

um parceiro que fusionei os hábitos, 

as maneiras, o jeito de ser dele de tal forma que não sabia mais o que era meu e o que era dele. 

 

Só consegui me despojar do que não 

me pertencia quando me distanciei, 

e descobri que eram minhas muitas falhas que atribuía a ele. Achava que a troca não era equivalente, quando na verdade eu é que dava além 

do suficiente, mais do que ele era capaz de absorver. 

 

Foi um longo tempo de reencontro comigo mesma, de reconstrução, de descobrir quais eram minhas preferências, do que gosto, o que quero de verdade, e até agora tenho dificuldade para descobrir 

o que de fato é meu. 

 

Ainda há em mim resquícios dessa história que tento me desfazer. 

Por me fundir com ele, não sabia quem 

de verdade estava amando, se era ele,  minha própria imagem projetada, 

ou a figura idealizada

de um companheiro.  

 

Há coisas sobre mim e a respeito dele que só descobri muito tempo depois 

de me separar. Não é a duração 

do convívio que determina o tanto que 

se conhece do outro, e sim a disposição dos dois em se revelarem e a curiosidade recíproca para conhecerem o eu real de cada um. 

 

Graças a esta experiência, hoje tenho 

um conceito muito diferente do que 

tinha sobre o amor e sobre o encontro. 

Na minha perspectiva,  relacionamento real é aquele em que ambos estão 

abertos para se conhecerem 

e se autodescobrirem. Se não for assim, 

viverão num autoengano mútuo. 

 

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