Idosos - uma categoria social emergente
A velhice nunca foi tão discutida, nem tantas entidades foram criadas voltadas ao envelhecimento. No Brasil, são cerca de 40 milhões, 18% da população. O idoso de hoje não é o mesmo de trinta anos atrás. A longevidade tem aumentado e o idoso cada vez mais é ativo e participativo. Mas na cabeça das pessoas ainda há o estereótipo daquele que vive de pijama, arrastando os pés ou se embalando numa cadeira.
Antes éramos uma minoria que despertava pouca atenção. Agora já atraímos interesse da indústria de consumo e do mercado. Produtos destinados ao conforto, segurança e prazer têm se diversificado. Os fundos de previdência privada despertaram a cobiça do mercado financeiro, que tem mobilizado o congresso para conseguir abocanhar essa apetitosa fatia.
Por outro lado, o idoso passou a ser um problema para o Estado, que é forçado a criar políticas públicas protetivas. A previdência social, por sua vez, encontra dificuldades em atender à demanda que se avoluma ao longo dos anos. Por conta do aumento de expectativa de vida, os preços dos planos de saúde tornaram-se proibitivos. O idoso não encontra lugar no modelo moderno de família, onde seus membros passam a maior parte do tempo em atividades fora de casa. Há filhos que mudam de cidade em busca de oportunidades de trabalho. Por isso, os cuidados, quando necessários, ficam relegados ao cuidador profissional quando a família tem recursos financeiros, ou então ele acaba seguindo para uma instituição de longa permanência.
Na
contramão da vocação da idosa atual para empreender novos aprendizados e
atividades, ao lado de desfrutar do merecido descanso e lazer, os filhos a requisitam
para os cuidados com os netos, muitas vezes, em tempo integral. Cuidados esses que muitas delas não terão da família, quando precisarem. Há casos em que o idoso só está inserido na família porque continua sendo o esteio financeiro dela.
O idoso precisa se engajar à sua causa, na defesa de direitos e no fomento de condições que atendam às peculiaridades de suas necessidades e dos seus desejos. Para isso, necessário se identificar como indivíduo que conquistou o direito de escolher como quer viver nessa última etapa da vida.
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