Melancolia
“A melancolia é uma névoa cinzenta que envolve a alma, trazendo consigo um profundo sentimento de tristeza e saudade. É o suspiro silencioso da alma que clama por tempos perdidos e sonhos desvanecidos.”
Jhon Herbert
Sou suscetível à melancolia, um estado mediano entre a tristeza e reflexão ainda não manifestada.
Tenho a tendência a reagir ao sentimento do outro. Não é sentir no lugar dele, não é compaixão, é me sentir afetada pelo seu sentir.
Desde pequena sou assim. Meus irmãos zombavam de mim porque achavam que eu imitava a expressão facial dos personagens, quando assistia televisão.
Não era imitação, eu sentia algo com o que via ou ouvia deles. Ainda hoje sou assim, os doramas causam esse efeito em mim.
Recentemente descobri que essa é uma forma de expressar emoções em segurança. O que sinto é meu, mas pela identificação com o que o outro sente.
Talvez isso explique a tendência a me afastar dos outros, porque sou afetada inclusive energeticamente por eles.
Na ficção é diferente. Em algum lugar em mim sei que isso não é real. Como a maioria dos doramas têm final feliz, saio da melancolia para o estado de bem-estar.
Isso também me dá a oportunidade de me permitir sensações profundas de alegria, de bem-estar e de amor.
Esse fenômeno acontece mais fortemente quando me distancio emocionalmente de mim.
Em que pese ser um mecanismo de defesa que pode me deixar apática, me ajuda a controlar a ansiedade quando quero ir mais fundo em minhas reflexões, em descobrir a causa dos meus medos.
Melancolia é algo que acredito ter trazido desde o nascimento, que me permite lidar com a intensidade que me é própria, a conter impulsos inconsequentes, como a raiva, a vingança, em agir sem pensar.
Se é uma tendência que devo curar para encarar de frente meus sentimentos, o tempo dirá. No momento, é um instrumento de sobrevivência afetiva.
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